Inter gastou R$ 12 mi em reforços, mas quem decide são garotos da base
O Internacional projetado no começo de janeiro é bem diferente daquele que venceu o Gauchão e se prepara para o mata-mata da Libertadores. Nenhum dos sete reforços contratados em 2015 está no time considerado titular atualmente e mais: todos perderam espaço para jovens oriundos das categorias de base. Ou seja, os mais de R$ 12 milhões investidos pelo Colorado até agora não deram retorno.
A lista de contratações na temporada envolve Léo, Réver, Nilton, Nico Freitas, Anderson, Vitinho e Lisandro López. Somente o último está garantido no time que pega o Atlético-MG, nesta quarta-feira em Belo Horizonte, e por contingência. O gringo substituirá Nilmar, lesionado. De resto, os medalhões perderam espaço para os guris.
Na zaga, Alan Costa aproveitou a falta de ritmo de jogo e as lesões de Réver – ainda uma caricatura do zagueiro contratado para ser xerife, e se afirmou. Na lateral direita William chegou avassalador. Com velocidade e intensidade, o lateral é a grande novidade no Beira-Rio no ano. Na esquerda, Geferson vem dando conta do recado após o surto de Fabrício e consequente empréstimo ao Cruzeiro – mas vai parar por cerca de 30 dias após entorse no joelho. No meio-campo, Rodrigo Dourado teve caminho facilitado por atuações para lá de inseguras de Nilton. Anderson ainda não entrou em forma e também não convenceu a comissão na parte técnica. E na frente, Valdívia ganhou massa muscular, acompanhamento especial para ajustar posicionamento e desbancou Vitinho com uma facilidade impressionante.
“Quem é da base sofre pressão maior por ser novo, mas estamos mostrando potencial e qualidade. O Aguirre tem dado sequência aos jovens e isso gera confiança”, disse Rodrigo Dourado. “No contrato não fala que tem que jogar sempre. Comigo são todos jogadores novos, não sei quem é contratação e quem já estava. São todos parte do grupo”, teorizou Diego Aguirre.
Só a viagem para Belo Horizonte confirma a inversão de expectativa do ano. Réver e Anderson, os reforços mais caros no ato de assinatura de contrato e com salários mais altos do grupo contratado, foram vetados do embarque. Por opção técnica. Eles já haviam ficado de fora da primeira decisão na temporada, contra o Cruzeiro-RS em jogo eliminatório do Gauchão, e do Gre-Nal final do estadual.
O surgimento dos garotos foi um dos argumentos para Aguirre ganhar fôlego e superar a contestação interna. Graças ao rodízio no elenco, iniciado como forma de conhecer a fundo o grupo, o treinador promoveu nomes das categorias de base. Pesou também a indicação de Odair Helmann, ex-auxiliar dos times inferiores, e que apontou William e Geferson como alternativas a serem testadas.
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