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OAS deixa de pagar bancos e Arena do Grêmio corre risco de fechar as portas

Arena do Grêmio pode fechar as portas caso a OAS não cumpra seus pagamentos - Wesley Santos/Drone Service Brasil/Divulgação
Arena do Grêmio pode fechar as portas caso a OAS não cumpra seus pagamentos Imagem: Wesley Santos/Drone Service Brasil/Divulgação

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre*

13/05/2015 17h05

Envolvida nas investigações da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, a OAS, empresa que ergueu a Arena do Grêmio e é parceira do clube na gestão do estádio, não tem pago regularmente o financiamento adquirido com três bancos para construção da obra. E um desacordo com o Banco do Brasil pode fazer com que o estádio seja fechado para jogos. 

O pagamento seria feito, inicialmente, com o lucro obtido com o estádio, subtraindo-se da renda dos jogos o custo de operação. Contudo, o Banco do Brasil não estaria interessado neste molde de negociação. 
 
Com isso, cobra da OAS o valor absoluto obtido com as partidas na Arena. Mas neste caso, não sobraria verba para gestão da casa gremista, com pagamentos de segurança, estacionamento e funcionários. O desacordo pode fazer o banco executar a garantia, tentando assim assumir a Arena. Ou ainda tentar impedi-la de funcionar até um novo acordo. 
 
O empréstimo contraído pela OAS para construção da Arena do Grêmio aconteceu via BNDES com contratos dos bancos Santander, Banrisul e Banco do Brasil. Dos R$ 230 milhões, mais da metade ainda não foram pagos. O estádio é a garantia do empréstimo. 
 
Tal garantia bancária, ainda, impede a 'troca de chaves' entre Grêmio e OAS envolvendo o Olímpico, que poderia ser outra fonte de renda da construtora. O clube não aceita receber a Arena enquanto ela estiver como garantia de empréstimo feito pela empresa. 
 
O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, aguarda uma ação da empresa e não garante intervenção do clube caso a situação se torne crítica. "Acredito que eles [OAS] vão se acertar com os bancos. Esperamos que resolvam a situação deles, mas o Grêmio nada tem a ver com isso por ora. O Grêmio recebe o estádio em condições de jogo, cede a parte prevista em contrato nos lucros. Esperamos que eles não nos deixem mal", disse ao UOL Esporte. 
 
"Os bancos têm contrato com a OAS. É uma situação deles. O Grêmio aguarda e observa a situação. Se realmente ficar crítica, o Grêmio vai intervir. Não houve comunicação oficial da OAS para o clube", completou.
 
Em resposta à solicitação do UOL, a OAS se manifestou via nota oficial na noite desta quarta-feira. Confira a manifestação da empresa na íntegra: 
 
A OAS Arenas está empreendendo todos os esforços para superar as dificuldades deste momento e confia que chegará a um acordo com os bancos para garantir a continuidade da operação da Arena do Grêmio.
 
A empresa está convicta que não faltará apoio de todas as partes envolvidas na negociação para atingir esse objetivo.    
 
É importante destacar ainda que a Arena do Grêmio está em operação normal e cumpre rigorosamente todos os seus compromissos com colaboradores, fornecedores e clientes.
 
*Atualizado às 18h09