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Volante Magrão anuncia aposentadoria após ser pego em exame antidoping

Aos 36 anos, Magrão disputou Gauchão de 2015 pelo Novo Hamburgo  - Marinho Saldanha/UOL
Aos 36 anos, Magrão disputou Gauchão de 2015 pelo Novo Hamburgo Imagem: Marinho Saldanha/UOL

Do UOL, em Porto Alegre

15/05/2015 18h02

O volante Magrão, 36, anunciou nesta sexta-feira (15) sua aposentadoria do futebol. Pelo Instagram, o ex-jogador de Palmeiras, Corinthians e Internacional deixou uma mensagem relembrando a passagem por todos os clubes. Nesta semana, a contraprova do exame antidoping atestou positivo para substâncias proibidas e suspendeu o antigo camisa oito por 30 dias, de acordo com o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul.

Em nove de abril, Magrão revelou ter lutado contra um câncer nos testículos em 2012. O depoimento foi dado às vésperas do jogo entre Grêmio e Novo Hamburgo – pelas quartas de final do Campeonato Gaúcho. A doença foi diagnosticada quando ele jogava pelo Al Wahda, do Qatar, e exigiu cirurgia e tratamento pesado. Dentro deste processo de recuperação, alguns medicamentos possuem substâncias proibidas, de acordo com o jogador.

Na rede social, Magrão citou com carinho o começo no São Caetano, a passagem por Corinthians e Palmeiras e as conquistas com o Internacional. Confira o texto completo.

Quando criança sonhei um dia em ser jogador de futebol. Sonhei viver uma vida diferente, sonhei e acreditei que não seria estatística, sonhei e acreditei que tudo seria diferente e que a bola era a única arma que tinha para me defender e para atacar, para sonhar e acreditar!!! Eu sonhava com um futuro melhor, diferente do meu passado e do meu presente naqueles tempos. Desta forma, sonhando e acreditando, chorando cada vez que era dispensado de uma peneira, chorando cada vez que meu sonho ia ficando distante, lutando contra tudo,  que cheguei aonde queria. Dei a volta no mundo, conhecendo culturas e religiões, pessoas com hábitos e costumes diferentes. Meu começo foi no São Caetano; no Palmeiras, minha afirmação e toda minha gratidão. Com a Seleção Brasileira, tive a honra de defender meu país, cantar o Hino Nacional numa emoção que não há como descrever em palavras. No Yokohama Marinos, do Japão, dificuldades e aprendizado. O Corinthians, o sonho de criança. No Internacional, um amor recíproco e hoje minha paixão. Nos Emirados Árabes, orgulho por ser respeitado, dos títulos e amigos do Al Whada e Dubai Club. No America-MG, a lesão mais grave da minha carreira, com todo suporte necessário. Por fim, Novo Hamburgo, sinônimo de amizade.

Obrigado primeiro a Deus por me proporcionar tudo isso!

Obrigado treinadores, que na maioria das vezes foram professores e grandes mestres.

Obrigado a todos os jogadores dos clubes que passei e todos os adversários por terem me aguentando. Sim, eu sei que era muito chato. Reconheço que não era fácil!

Obrigado dirigentes que acreditaram em mim quando me contrataram!!

E obrigado a todos os torcedores, razão de tudo, afinal sempre quis ser um torcedor em campo!

Obrigado a todos meus familiares!

E foi assim, passando pelo Beira-Rio, Pacaembu, Morumbi e tantos outros estádios pelo mundo que aprendi. Mas, como tudo na vida tem o começo, tem também o seu FIM!!! O brilhante jornalista Diogo Olivier disse recentemente assim a meu respeito: "Magrão, Ex-favelado; Paulista mas Gaúcho; Corinthiano mas Colorado, Maloqueiro, Guerreiro". É esta a minha definição mais que perfeita.

Obrigado Deus!! THE END!!