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Caiu todo mundo! Felipão pede demissão e deixa o Grêmio

Felipão não é mais técnico do Grêmio, o treinador deixa o cargo após 10 meses - LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
Felipão não é mais técnico do Grêmio, o treinador deixa o cargo após 10 meses Imagem: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

19/05/2015 11h37

Felipão não é mais técnico do Grêmio. Após o mau início de Brasileirão e as declarações reclamando da falta de reforços no clube, o treinador acertou seu desligamento na manhã desta terça-feira (19). Junto com ele, a comissão técnica gremista formada por Flávio Murtosa e Ivo Wortmann também está desfeita. O preparador físico Darlan Schneider igualmente está fora. Primeiramente a saída chegou a ser considerada uma decisão do tricolor, mas a diretoria revelou ter sido um pedido de demissão.

O Grêmio, agora, corre para anunciar o substituto. Sábado a terceira rodada do Brasileirão aponta duelo com o Figueirense, na Arena. Os nomes mais cotados são Cristóvão Borges e Celso Roth. Mas não há indício concreto de acerto com qualquer um deles até o momento. 

"O Luiz Felipe não é mais treinador do Grêmio, ele pediu demissão pela manhã. Entendeu que o seu ciclo e capacidade de avançar no elenco com o clube estavam concluídas. E o Grêmio aceitou o pedido, que se estendeu a toda comissão técnica", afirmou Romildo Bolzan Jr, presidente do Grêmio. "Faríamos uma avaliação mais concreta e só poderíamos fazer depois de falar com ele. Ele concluiu antes de nós. Se fosse a avaliação do clube, claro que teria sido feita. Quero dizer que desde domingo, fizemos vários contatos e avaliações. Falamos com muita gente, estávamos avaliando isso, sim. Ele avaliou na mesma linha que nós. Antes de falar com ele, o clube não tomaria qualquer atitude. Ele veio com a posição e o clube aceitou", completou admitindo que uma demissão aconteceria caso Scolari não entregasse o cargo.

O clima foi 'tenso' no Centro de Treinamentos gremista desde o início da manhã. Jornalistas que entraram na sala de imprensa foram proibidos de sair do local durante toda manhã. Diretores entravam e saíam de salas a todo momento. Apenas os goleiros foram para o campo. 
 
Felipão chegou ao Grêmio em julho do ano passado. Menos de um mês após o vexame pela seleção brasileira, eliminada na Copa do Mundo com goleada por 7 a 1 para Alemanha, o comandante arrumou trabalho no único clube cuja torcida seria capaz de esquecer isso. Chegou dizendo que 'precisava de carinho'. 
 
Mas o afago recebido não foi recompensado com títulos. Em 51 jogos, Scolari teve 26 vitórias, 12 empates e 13 derrotas, um aproveitamento de 60,3%. Não levou o Grêmio à Libertadores deste ano, falhando no Brasileiro e também na Copa do Brasil de 2014. E em 2015, perdeu o Gauchão para o Inter e começou mal o Brasileiro. 
 
Não bastasse a falta de resultados, as declarações de Scolari sobre o grupo de jogadores acabaram com o clima positivo com a direção do clube, elenco e até mesmo a torcida. Ele não escondeu que tinha ao menos seis elencos melhores que o seu no nacional. E ainda admitiu que, se não recebesse reforços, o Grêmio iria 'sofrer'. 
 
As palavras irritaram o comando do clube. Nesta terça, após uma série de encontros, houve a demissão. Além disso, as propostas repetidas de mercados 'mais caros' tratadas publicamente pelo comandante também desagradaram.