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'Guerra presidencial' agita Botafogo nos bastidores. E deve virar novela

Montagem/UOL
Imagem: Montagem/UOL

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

21/05/2015 06h00

O Botafogo declarou guerra ao ex-presidente Mauricio Assumpção. Alegando improbidade administrativa, a atual gestão quer a expulsão do antigo dirigente, que, por sua vez, alega vingança pessoal da situação. O histórico de brigas entre Assumpção e Carlos Eduardo Pereira é longo e não começou nos últimos dias.

A história começa em 2009, quando Maurício Assumpção se elege presidente do Botafogo. Com propostas inovadoras e muito investimento na base, o ex-presidente arrancou elogios pela administração.  Já nessa oportunidade, Carlos Eduardo Pereira torcia o nariz para algumas medidas adotadas pelo então presidente. Principalmente no que se tangia a média de relação entre orçamento e gastos.

Tanto que em 2012, Carlos Eduardo decidiu concorrer as eleições. Em alta pelos resultados obtidos nos três primeiros anos, Maurício Assumpção era franco favorito. Mesmo assim, ele não deixou passar uma falsificação nas assinaturas da chapa adversária, do grupo “Mais Botafogo”. A denúncia caiu como uma bomba e jamais foi esquecida.

O clima ficou ainda pior após Assumpção vencer as eleições. Reeleito, ele passou a ser fiscalizado quase que diariamente por Carlos Eduardo. O ano de 2014, o último de Maurício, foi um prato cheio para o então oposicionista. Elenco caro e sem dinheiro, o Botafogo viveu uma de suas piores crises financeiras, que refletiram diretamente no desempenho nos gramados: foi rebaixado para a Série B.

O ano de 2014 serviu também para que houvesse uma mudança no quadro político. Derrotado em 2012, Carlos Eduardo deu a volta por cima e foi eleito. Várias críticas foram feitas à antiga gestão. Sobrou até para a contratação de Seedorf e o campo de General Severiano, que perdeu a grama natural para a entrada de uma sintética – a natural voltará novamente, pois o clube considera que a decisão de Assumpção foi autoritária e inconstitucional.

Assumpção sabe que o último ano dos seis em que esteve à frente do Botafogo foi muito ruim. Ele, no entanto, se mostra magoado com a falta de reconhecimento obtido por outros bons serviços prestados: a renovação das categorias de base, por exemplo. Se considera perseguido de maneira pessoal pela atual gestão.

Carlos Eduardo Pereira, por outro lado, se mostra consternado com o panorama em que encontrou o Botafogo: “Sabia que o clube se encontrava em situação delicada, mas o quadro que encontrei foi assustador”, disse ao assumir a presidência em 2014. Uma das promessas de campanha é a realização de uma auditoria das contas da gestão passada, embora ainda nada tenha ocorrida nesse sentido.

No último capítulo dessa novela, Maurício Assumpção foi denunciado pelo conselho do Botafogo e poderá ser até expulso do clube caso seja considerado culpado de improbidade administrativa. O ex-presidente já avisou que irá se defender quando for convocado, mas deixa claro. Diz não temer qualquer acusação e que toda essa polêmica tem sido motivada por cunho pessoal. Vejamos as próximas cenas...