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Corinthians joga a toalha e presidente diz que Guerrero não deve ficar

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

22/05/2015 12h48

O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, informou nesta sexta-feira que o atacante Paolo Guerrero não deverá ter seu contrato renovado. O dirigente ressaltou que a situação financeira que o clube atravessa não permite aceitar os valores pedidos pelo peruano e seus representantes. O contrato de Guerrero vence em 15 de julho.

"Gostaria muito de poder fazer, mas a situação que se encontra hoje... a economia, as receitas menores que temos tendo. Não temos como assumir compromisso com Guerrero. Sabemos do potencial dele. Para o Corinthians é exagerado, mas para o futebol dele não é. Não vamos fazer por questão financeira. Conversamos muito ao longo desses tempos, meses. Converso com Bruno [Paiva, agente do atleta] mais que uma vez ao dia e ao longo da semana. Tentamos de todas as formas, entendo o lado do atleta com 31 anos", declarou Roberto de Andrade, em entrevista coletiva no CT Joaquim Grava.

O Corinthians abriu negociação com o estafe de Guerrero desde o ano passado. Foram diversas tentativas para um acordo, mas sempre sem sucesso. Para estender o vínculo, os representantes do jogador pedem R$ 18 milhões em luvas (bonificação pelo acerto), além de salários de R$ 500 mil. Guerrero ganha pouco mais de R$ 300 mil atualmente. A maior oferta feita a ele foi do presidente Mário Gobbi, no fim do ano passado, em aproximadamente R$ 13 milhões à vista. Hoje, nem isso mais se aceita pagar.

"Acho um pouco difícil [uma reviravolta] porque o que eles podiam fazer em termos de números, foi feito. Agradecer ao Bruno [agente do jogador] e ao Guerrero que fizeram todos os esforços possíveis. Não vou afirmar porque é difícil de pensar com a cabeça dos outros, mas o contrato vai até o meio de julho e ele é atleta do Corinthians, mas acho muito difícil que ele mude os números para que a gente consiga fazer".

O longo impasse de Guerrero e Corinthians rendeu críticas do superintendente do clube, Andrés Sanchez. Indagado sobre a pedida de Guerrero, o dirigente avisou que pelo valor proposto ele teria livre caminho para times rivais. "Que vá para o Palmeiras, Flamengo, São Paulo, ou qualquer outro clube", disse Andrés, em entrevista à TV Gazeta. Roberto de Andrade analisou a declaração.

"O Andrés é um pouco mais claro que eu sou. O que pensa, ele fala. Posso até falar o que penso, mas posso pensar um pouco mais. Mas ele não está errado, é mais objetivo. Quando o Andrés disse isso, estava com conclusão feita", declarou Roberto de Andrade.

Em suas declarações, o presidente mantém o discurso de economia. "Agradeço ao torcedor entendendo o momento do Corinthians. Não vai existir o momento de amanhã sem cuidar do hoje. Senão, não vai ter amanhã, não adianta. Meu compromisso é com Corinthians, torcida e com todos. Fiz promessa, um modo de dizer, a mim mesmo, que tenho que consertar o Corinthians. Isso passa por algumas cicatrizes e não tem como. Peço apoio ao torcedor, virando sócio torcedor, frequentando nosso estádio", disse.

Roberto de Andrade evitou, porém, dizer que o Corinthians gastou mais do que deveria em passado recente, como por exemplo a compra de Alexandre Pato. "Nós tínhamos o dinheiro do Pato. Tínhamos receita para o salário, tínhamos tudo pronto. Não deu certo ele jogar no Corinthians, não tem como prever. De lá para cá...uma coisa é 2013, se passaram dois anos e meio. Nossa receita encolheu. Não posso nem sonhar em um jogador com os valores que trouxemos o Pato, mas não foi irresponsabilidade. Foi um erro sabido depois. Pagamos à vista (R$ 40 milhões) e tínhamos o dinheiro no caixa. Não foi irresponsabilidade. Perdemos a receita e não temos como fazer".