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Palavra de Andrés prevaleceu e antecipou fim da era Sheik no Corinthians

Direção do Corinthians se dividiu pela renovação ou saída de Sheik  - Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
Direção do Corinthians se dividiu pela renovação ou saída de Sheik Imagem: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Dassler Marques e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

23/05/2015 06h00

Foi difícil ao extremo para a diretoria do Corinthians tomar a decisão de que Emerson Sheik não terá seu contrato renovado ao fim de julho. Foi difícil ao ponto de dividir, no auge da discussão há exatamente uma semana, as principais lideranças do clube. Pesou, acima das demais, a argumentação do superintendente de futebol e ex-presidente Andrés Sanchez.

Diante do quadro desenhado desde a eliminação da Copa Libertadores, o presidente Roberto de Andrade defendia que o Corinthians ainda tentasse estender a permanência de Sheik por um preço menor que o atual até o fim da temporada. Para adotar essa posição, tinha inclusive o respaldo de Tite, outro que defendia Emerson por mais cinco meses - mas que também acabou vencido pela falta de dinheiro.

A postura do treinador, ainda assim, foi fundamental para que Sheik cumprisse seu contrato dentro de campo até o último dia. Antes de enfrentar a Chapecoense, no sábado passado, e o Fluminense, no próximo domingo, chegou a se encaminhar a decisão de que o atacante seria afastado do elenco principal. Foi Tite, sobretudo, o responsável para que a passagem do jogador não terminasse dessa forma.

Ao UOL Esporte, Andrés Sanchez nega que tenha se posicionado em lado oposto ao de Roberto de Andrade. Mas expõe seu ponto de vista. "No início do ano falei para o presidente. Se for renovar, tem que ser logo, senão tira do time. Quem decidiu não renovar foi a diretoria de futebol com o presidente, pelo salário, só isso. Fora isso é mentira", declarou.

Antes de informá-lo da decisão no início da semana, a direção corintiana tinha receio de como Sheik reagiria à saída, mas ele se mostrou compreensivo ao momento difícil do Corinthians no aspecto financeiro.

A notícia de que teria um provável jogo de despedida, ao cumprir seis partidas pelo Brasileiro, fez com que Emerson ficasse comovido e apresentasse gratidão. Rendeu, além disso, comparações à saída para o Botafogo na última temporada. Sheik se considerou traído pelo ex-presidente Mário Gobbi e o então treinador Mano Menezes por ter sido o último a saber do empréstimo de 2014.

Sheik então participa de mais quatro jogos do Corinthians no Brasileiro, salvo algum imprevisto ou a possibilidade de fechar alguma transferência antes do fim de seu contrato, em 31 de julho. A vontade declarada de Tite é usá-lo como reserva em três partidas e, na última, preparar uma despedida na Arena Corinthians com o jogador como titular. Até o encerramento do vínculo, porém, há 13 rodadas a se jogar na Série A.

A reportagem tentou contato com o presidente Roberto de Andrade, mas ele não atendeu as ligações. Em entrevista coletiva na sexta, o presidente anunciou a saída de Sheik como decisão em conjunto da diretoria.