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CBF afasta Marin e promete rever todos os contratos após escândalo

José Maria Marin e Marco Polo del Nero conversam durante coletiva de imprensa da CBF - Bruno Domingos / Mowa Press
José Maria Marin e Marco Polo del Nero conversam durante coletiva de imprensa da CBF Imagem: Bruno Domingos / Mowa Press

Do UOL, em São Paulo

27/05/2015 20h50

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou, na noite desta quarta-feira, que vai seguir a Fifa no tratamento aos envolvidos no escândalo de corrupção desbaratado pela Justiça norte-americana. Em nota oficial, a entidade anunciou o afastamento do ex-presidente José Maria Marin, preso em Zurique, na Suíça, acusado de fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

"A CBF, no início desta noite, em reunião extraordinária, decide, em complementação à nota oficial veiculada na manhã de hoje: 1) Oferecer o adequado desdobramento à determinação da FIFA e afastar o Sr. José Maria Marin do seu quadro diretivo até a definitiva conclusão do processo; 2) Tornar pública a decisão, previamente tomada no início desta gestão, de reanalisar todos os contratos ainda vigentes e remanescentes de períodos anteriores", disse o texto publicado no site da entidade. 

A atitude de afastar Marin vai contra o que os membros da entidade declararam ao longo do dia. O cartola, hoje vice-presidente da entidade, estava em Zurique com o mandatário Marco Polo del Nero quando foi preso pela polícia local ao lado de outros seis dirigentes. Eles passarão por um processo de extradição aos EUA e terão de defender-se das acusações em solo americano. 

Marin foi pego pela Justiça dos Estados Unidos recebendo cerca de R$ 20 milhões em propinas relacionadas à Copa América e à Copa do Brasil. Além disso, um grampo telefônico mostrou o cartola cobrando que o suborno que era pago a Ricardo Teixeira, seu antecessor, fosse repassado a ele. 

Ao longo do dia, porém, os aliados de Marin demonstraram apoio e evitaram questioná-lo diretamente. O próprio presidente Del Nero ressaltou que os contratos em questão seriam da gestão anterior e disse não acreditar que seu vice seria capaz de cometer algum ato ilícito.

Aos 83 anos, Marin foi suspenso temporariamente do futebol pela Fifa, que se apressou em dar uma resposta à opinião pública após os acontecimentos desta quarta.