Dribles, arrancadas e gols. O que o Corinthians perde ao vender Cassini

O Corinthians vive um momento de transição na temporada. Até aqui, após algumas decisões tomadas pela diretoria alvinegra, o setor da equipe mais afetado pela saída de jogadores é o ataque. Além de Guerrero e Emerson, o time de Tite não poderá contar com Matheus Cassini, vendido para o Palermo antes mesmo de estrear pelo time profissional.

O meia-atacante foi o maior destaque do Campeonato Brasileiro sub-20, vencido pelo Corinthians no fim do ano passado. Na campanha de sete jogos, Cassini marcou três gols. Na final contra o Atlético-PR, não balançou a rede, mas foi o melhor jogador em campo. Na Copa São Paulo, o jogador ficou fora da decisão contra o Botafogo-SP. No total, fez cinco gols na campanha vitoriosa.

No time principal, Cassini poderia ter espaço para deixar de ser promessa e virar realidade. As principais características do jogador, que completou 19 anos em fevereiro, são o drible e a arrancada. Canhoto, o meia-atacante costuma entrar na área para finalizar, em velocidade, quase sempre na diagonal. Além disso, o atleta tem bom passe e também é batedor de pênalti.

No esquema de Tite, Cassini poderia ser escalado no mesmo setor de Emerson, aberto à esquerda do campo. O Corinthians, dessa forma, teria mais opções para o 4-2-3-1. No elenco alvinegro, após as saídas de Emerson, Guerrero e do próprio Cassini, restarão cinco atacantes: Vagner Love, Luciano, Malcom, Mendoza e Romero. Os dois primeiros atuam mais próximo à área, centralizados. Os outros costumam jogar pelos lados.

Cassini chegou ao Parque São Jorge aos 12 anos. Com passagem por todas as categorias de base do Corinthians, o jogador poderia ainda, durante o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, reeditar a dupla formada com Malcom em 2013, durante a conquista do Paulista sub-17. Naquela ocasião, Cassini atuava com a camisa 10, mais centralizado.

No começo de 2015, já com Osmar Loss no comando do time, o meia-atacante foi reserva durante a conquista do estadual sub-20. Depois, como titular, passou a vestir a camisa 11 e tornou-se peça-chave da equipe.

Chances

Promovido ao time profissional após a Copa São Paulo, Cassini, inicialmente, não foi inscrito pelo Corinthians para a disputa do Campeonato Brasileiro, tampouco no Paulistão.

No último sábado, porém, o jogador foi relacionado pelo técnico Tite para a partida contra o Fluminense. A atitude, segundo pessoas próximas a Cassini, foi uma tentativa de fazer o jogador mudar de ideia em relação á transferência para o Palermo.

A novela envolvendo a saída de Cassini começou há oito dias. Na ocasião, o Corinthians acertou a venda com o clube italiano. No fim da semana passada, entretanto, um entrave ligado à forma de pagamento adiou o fechamento do negócio.

Nesta terça-feira, o Palermo concordou em pagar 1,5 milhão de euros (R$ 5,1 milhões) á vista — o Corinthians recebera 70% do valor: R$ 3,57 milhões. Além disso, terá direito a 10% de uma futura venda.

Além do Palermo, outros clubes da Europa tentaram levar Cassini. O Atlético de Madri, em 2014, tentou contratá-lo por empréstimo. No mês passado, a direção corintiana recusou sondagens do Sassuolo-ITA pois os valores eram insuficientes.