Fifa nega ligação e diz que dirigentes detidos são da Conmebol e Concacaf
Fifa informa em nota oficial que não está envolvida nas sete detenções ocorridas nesta quarta-feira por desvios e lavagem de dinheiro. Entre os detidos está o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. O comunicado da entidade enfatiza que as prisões na Suíça são fruto de irregularidades ocorridas na Conmebol e Concacaf, confederações da América do Sul e América Central, respectivamente.
“Em primeiro lugar, a prisão de seis pessoas em Zurique diz respeito à investigação pelo Gabinete do Procurador dos EUA, em Nova Iorque. As autoridades suíças prenderam indivíduos em virtude de atividades relacionadas a negócios envolvendo a Conmebol e Concacaf”, apresenta a Fifa.
Além do ex-presidente da CBF, foram detidos em Zurique dirigentes ligados à Concacaf. São eles: Jeffrey Webb (presidente da Concacaf), Eduardo Li (presidente da Federação Costarriquenha), Julio Rocha, Costas Takkas, Rafael Esquivel e Eugenio Figueiredo (ex-presidente da Conmebol). A sede da Concacaf, nos EUA passará pela execução de um mandado de busca, em Miami.
A investigação aponta irregularidades nos direitos de transmissão de jogos e direitos de marketing do futebol na América do Sul e Estados Unidos. A operação em Zurique para detenção de dirigentes foi articulada pelo FBI com o auxílio da polícia suíça.
“A Fifa considera válida ações que ajudam a contribuir para erradicar qualquer irregularidade no futebol. Nós entendemos as ações ocorridas pela Justiça suíça em parceria com as autoridades norte-americanas com relação a diferentes assuntos”, completa a Fifa.
A nota oficial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos informa que o empresário brasileiro J Hawilla concordou em devolver US$ 150 milhões, valores referentes a fraudes, desvios e lavagem de dinheiro. Desse montante, Hawilla já devolveu US$ 25 milhões em dezembro de 2014. O empresário é dono da Traffic, agência detentora de direitos de transmissão e parceira da CBF.
A maioria dos esquemas investigados diz respeito à solicitação e recebimento de propinas por autoridades do futebol vindas de executivos de marketing, em conexão com a comercialização de direitos de imagem e marketing de várias partidas e campeonatos, incluindo as Eliminatórias da Concacaf, a Copa Ouro da Concacaf, a Liga dos Campeões da Concacaf, a Copa América da Conmebol, a Copa Libertadores da Conmebol e a Copa do Brasil, que é organizada pela CBF.
Outros esquemas citados dizem respeito a propinas em conexão com o patrocínio da CBF dado por uma grande marca de material esportivo, a seleção da sede da Copa de 2010 e a eleição presidencial da Fifa em 2011”, diz a nota do Departamento de Justiça, claramente citando a Nike.
Entenda a operação da FBI na Suíça
Uma operação liderada pelo FBI deteve sete dirigentes de alto escalão, sob a acusação de corrupção na Fifa. Entre eles está José Maria Marin, ex-presidente da CBF, que deixou o cargo a menos de dois meses. A dois dias da eleição para a presidência da entidade máxima do futebol, autoridades suíças - em parceria com a agência dos EUA - adentraram o hotel cinco estrelas em Zurique em que estes cartolas estavam hospedados e fizeram as detenções, de acordo com nota oficial do Departamento de Justiça norte-americano.
Os detidos no Baur au Lac Hotel serão extraditados para os Estados Unidos, para dar seguimento na investigação. Segundo o comunicado do Departamento de Justiça, um total de 14 réus são acusados de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro, entre outras irregularidades.
"A acusação alega que a corrupção é desenfreada, sistêmica, e que está enraizada aqui nos Estados Unidos", disse procuradora-geral da Justiça norte-americana Loretta Lynch. "Os réus (são acusados) de participação em um esquema de 24 anos para enriquecer a eles próprios através da corrupção no futebol internacional."
A Fifa acrescenta que colabora com a investigação da polícia norte-americana e que essas medidas “ajudarão a reforçar medidas que a entidade já adota”.
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