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Flu aposta em 'produto completo' e ensina até inglês para jovens da base

Time sub-20 do Fluminense conquistou dois torneios na Europa em 2015 - Divulgação FFC
Time sub-20 do Fluminense conquistou dois torneios na Europa em 2015 Imagem: Divulgação FFC

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/05/2015 06h00

Acostumado a formar jogadores nas divisões de base para seu time principal e grandes clubes na Europa, o Fluminense lucrou quase R$ 30 milhões desde 2009 e quer aproveitar cada vez mais suas revelações, nas Laranjeiras ou como fonte de receitas. Para isso, o Tricolor investe em intercâmbios internacionais, torneios no exterior e até mesmo aulas de inglês para a garotada.

O Fluminense explica que um dos objetivos das aulas de inglês é que eles estejam prontos para o sucesso fora do país, já que muitos atletas viajam para torneios no exterior e, mais recentemente, intercâmbios nos Estados Unidos. Entre outros motivos, está a preparação para que os jogadores criados em Xerém possam conquistar outros mercados como no caso mais recente do volante Fabinho, do Mônaco, convocado por Dunga para a Copa América.

As aulas de inglês são oferecidas por uma grande rede de cursos de línguas toda terça e quinta-feira em Xerém. Atletas dos times sub-17 e sub-20 do Fluminense participam do projeto, assim como as respectivas comissões técnicas. O Tricolor estuda a possibilidade oferecer aulas de espanhol num futuro próxima.

"Nosso objetivo é formar os jogadores para a equipe profissional do Fluminense, ficamos felizes ao ver o Marlon, o Kenedy, o Gerson, o Robert e tantos outros se destacarem com a camisa do clube. Demos aos jogadores a chance de estarem jogando contra escolas muito preparadas, como Barcelona, Manchester United, Manchester City, Real Madrid, Milan, Inter de Milão, PSG. Esse é um dos segredos da base do Fluminense”,  explicou o diretor geral da base do Fluminense, Marcelo Teixeira.

A troca de informações sobre o futebol estrangeiro é constante em Xerém. Na última terça-feira, o time sub-20 tricolor retornou de torneios disputados na Alemanha e na Holanda, onde enfrentou equipes como Borussia Dortmund, Tottenham, PSV Eindhoven e Feyenoord. O Fluminense sagrou-se campeão das duas competições, a Spax Cup e a Terborg Cup, respectivamente.

“Enfrentamos equipes da Alemanha, Inglaterra, Holanda, México, isso faz o jogador ficar mais maduro e mais completo", avaliou o dirigente tricolor.

Foi em um desses torneios, a Al Kass Cup, no Qatar, que Kenedy conquistou o olhar dos europeus e se tornou uma possível fonte de receitas futuras para o clube que vive momento delicado em suas contas. O 13º salário de 2014, por exemplo, foi pago apenas na última terça-feira, enquanto os direitos de imagem sequem atrasados.

A preocupação com o desenvolvimento dentro e fora de campo faz parte de planos maiores do Tricolor. Além das aulas de inglês e a troca de informações sobre o futebol do exterior, os jogadores são preparados para a vida além do esporte, uma vez que muitos deles acabarão não seguindo os passos de Gérson e Kenedy, por exemplo, destaques da equipe profissional.

“Melhorando o atleta como pessoa, certamente, ele melhora dentro de campo. Queremos que as pessoas olhem para o Fluminense e saibam que aqui estão sendo formados os melhores jogadores do Brasil. Começamos a dar aula de inglês para os nossos jogadores, temos um plano de carreira para os atletas, que estão sempre participando de intercâmbio com equipes do Brasil e de fora para desenvolverem ainda mais o seu futebol. Queremos espalhar o nome do Fluminense ao redor do mundo. A gente quer ser reconhecido como fábrica de talentos, um dos principais clubes a formar jogadores no Brasil", encerrou Teixeira.

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