Maradona sobre prisão de cartolas: "Quando acusei, me trataram como louco"
Costumeiro crítico da gestão de Joseph Blatter na presidência da Fifa, Diego Maradona não poupou críticas à entidade depois da prisão de sete dirigentes do futebol mundial, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marín, pelo FBI nesta quarta-feira (27).
“Estou apreciando o que tinha dito há muito tempo. Trataram-me como louco na época. Hoje o FBI mostrou a verdade. Hoje não há futebol. Não há transparência. Chega de mentir para as pessoas e fazer um show só para reeleger Blatter. O dinheiro que é usado para isso, deveria ser utilizado para fazer campos de futebol para as crianças na África”, criticou Maradona, em entrevista à rádio argentina “La Red”.
Mesmo Joseph Blatter não tendo sido um dos dirigentes presos na operação feita pelo FBI na Suíça, Maradona acredita que o caso poderá impactar nas eleições presidenciais da Fifa, que será realizada na próxima sexta-feira.
“Vamos ver se Blatter ganha (a eleição) depois disso. Os americanos fizeram um trabalho impecável", afirmou Maradona, que apoia a candidatura do príncipe da Jordânia Ali Bin Al Hussein. "Quando chegarmos na Fifa, nem todos sairão. Os bons vão ficar. Dos maus, vou me encarregar pessoalmente de chutá-los a bunda".
"Hoje temos uma Fifa ganhando bilhões de dólares e jogadores pelo mundo que não ganham mais de US$ 150”, continuou, antes de pedir que o presidente da Fifa se explique para a justiça. "Quero que Blatter tenha que ir aos Estados Unidos para dar explicações. Estão o perseguindo há anos".
Maradona também criticou a maneira como a Fifa usa seu dinheiro. "Desde 1998 até a esta hora que falamos estão repartindo dinheiro. Vieram tentar me convencer com dinheiro, mas o meu dinheiro eu ganho trabalhando, não prejudicando as pessoas".
Questionado sobre Michel Platini, atual presidente da UEFA e que declarou apoio a Blatter, Maradona também não poupou críticas. "Platini é francês. Se o vento vai para a esquerda, ele vai para a esquerda. Se vai para a direita, vai para a direita".
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, a procuradora-geral do país, Loretta Lynch, o diretor do FBI, James Comey, o diretor da Receita Federal, Richard Weber, e o promotor do distrito de Nova York, Kelly Currie, confirmaram indícios de suborno em torneios organizados pela Fifa e outras entidades do futebol.
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