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Moedor de ídolos? Novo técnico do Grêmio luta contra fracassos recentes

Roger Machado concede entrevista coletiva como novo técnico do Grêmio - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Roger Machado concede entrevista coletiva como novo técnico do Grêmio Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

27/05/2015 06h00

O Grêmio anunciou nesta terça-feira (26) um ídolo para comandar o time. Roger Machado é o treinador da vez. Mas além de aproveitar cada momento de sua primeira chance em um grande clube, o ex-lateral precisará lutar contra o passado recente. Fracassos de estrelas da história gremista no comando tornam a cadeira de técnico um 'moedor de ídolos' em azul, branco e preto. 

O último deles foi Luiz Felipe Scolari. Buscando reerguer a carreira após o vexame na seleção brasileira, de onde caiu da Copa do Mundo ao levar 7 a 1 da Alemanha e em seguida perder a disputa de terceiro lugar por 3 a 0 para Holanda, o comandante da última Libertadores gremista não conseguiu seu objetivo. Fracassou na tentativa de levar o time para competição continental deste ano, perdeu o Gauchão para o Internacional, e ainda arranhou sua imagem com o torcedor por declarações polêmicas e atitudes pouco comuns, como abandonar o time antes do fim de uma partida com placar adverso. 
 
Mas não foi só Felipão que deixou o cargo de treinador gremista de uma forma diferente que assumiu. Antes dele, Renato Gaúcho também sofreu. Em sua segunda passagem pelo reservado azul, o maior jogador da história gremista, autor dos gols da conquista do Mundial de 1983, conseguiu classificação para Libertadores de 2014, mas não deixou saudades nos aficionados. Não conquistou título algum e em 2011, na primeira passagem, também havia perdido Estadual e caído da Libertadores. Naquele ano, ainda, pediu liberação do time para disputar um torneio de futevôlei e se negou a comandar a equipe em jogos no interior do Estado porque 'estava cansado'. 
 
Mas a lista não acaba nestes dois, mesmo que sejam os mais importantes nomes da relação. Adílson Batista comandou o Tricolor entre agosto de 2003 e junho de 2004. Capitão da conquista da Libertadores de 1995, o ex-zagueiro viu sua equipe terminar em 20º o Brasileiro e depois da eliminação antes das finais do Gauchão de 2004, foi demitido. 
 
No mesmo ano, outro nome importante na história gremista como jogador, campeão da Copa do Brasil de 1989 e figura importante em um time histórico que ficou conhecido como 'Grêmio Show', assumiu o comando. Cuca esteve no leme por apenas dois meses, setembro e outubro, 11 jogos. Não conseguiu evitar o rebaixamento que se encaminhava. Perdeu cargo e o Grêmio terminou o Brasileirão 2004 com apenas 39 pontos em 46 jogos. 
 
E no começo de 2005, com o time se preparando para a disputa da Série B, quase sem jogadores, sem verba para contratações, o capitão da primeira Libertadores e do Mundial foi chamado. Hugo de León, entretanto, não conseguiu o sucesso que tivera como atleta. Após o Gauchão e a eliminação na Copa do Brasil por 3 a 0 diante do Fluminense, foi sacado do clube. 
 
Roger Machado precisará mudar esta história. Ídolos não têm conquistado títulos ou tido sucesso no comando gremista. Imagens acabam arranhadas e histórias felizes ganham capítulos desnecessários. 
 
Para mudar tal marca, o trabalho começa, de fato, nesta quarta. O treinamento ocorrerá no CT Luiz Carvalho às 14h30. O primeiro jogo aponta para domingo, no Serra Dourada, diante do Goiás.