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Com 17 anos, ele encara assédio feminino e lobby por titularidade no Bota

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/05/2015 06h00

Enquanto a maioria dos adolescentes precisam apenas estudar para ser aprovado no fim do ano, a vida de Luís Henrique é um pouco mais complicada. Com apenas 17 anos, ele já é a esperança de gols de uma torcida carente e não menos apaixonada. O atacante marcou 14 gols em dez jogos pelo Botafogo sub-17 e ganhou os holofotes. O resultado disso? Assédio feminino e lobby para assumir a titularidade dos profissionais.

“Não vou mentir e falar que sou muito assediado. Ainda é o início da minha carreira, né? Não é tanto assim. Mas tem algumas meninas que procuram sim. Nas redes sociais aparecem muitas. Até na rua já me reconheceram. Mas agora eu tenho namorada [Júlia]. É recente, pouco mais de um mês, mas já nos conhecemos há algum tempo. Minha mãe e irmã ficam sempre em cima. “Olha lá, cuida com isso e com aquilo”. Enfim, coisa de mãe, né? Mas eu sempre fui tranquilo”, disse Luís Henrique ao UOL Esporte.

De fala tranquila, o jovem atacante mostra que a inteligência não está presente apenas na movimentação para marcar gols. Fora de campo, ele também mostra ter sabedoria. E humildade. “Hoje eu sei que estou bem, mas procuro manter a cabeça no lugar. Sei bem como é o futebol. Às vezes você está bem, mas amanhã pode estar mal. Tenho que saber lidar com tudo isso. Mídia, fama, torcedor com expectativa alta”, afirmou com maturidade pouco vista em jovens de 17 anos.

“Graças a Deus tenho uma família bem estruturada. Eles me ajudam bastante. Minha mae (Tanara) e minha irmã (Cinara) pedem calma e dizem que sou um homem de apenas de 17 anos. É apenas o começo”, acrescentou o atacante.

Convocado para a seleção brasileira sub-17 para disputa da Suwon Cupm na Coreia do Sul. Juntamente com os demais companheiros, ele se apresentará na próxima segunda-feira, em São Paulo, onde ficará até o dia 5, quando viajará para Seul. Após a competição, Luís Henrique voltará ao Rio de Janeiro e acertará os últimos detalhes para integrar o elenco profissional.

“Ninguém confirmou nada ainda, mas disseram para eu ir tranquilo para a seleção e que conversaríamos quando voltasse. Mas ficou muito feliz pelos elogios que tenho recebido. O Felipe [Conceição, treinador da sub-17], René... Escutar o que eles têm falado de mim me deixa muito feliz”, comentou.

René Simões, por exemplo, está ansioso em contar com o atacante. Na última quarta-feira, o Botafogo anunciou que Tássio, Murilo e Andre Luiz passaram para o grupo de negociáveis e podem deixar o Alvinegro. Mais espaço para Luís Henrique.

“Trabalhei com muitos jogadores de excelente técnica, mas que quando chegavam na frente do gol, sei lá, ele ficava pequeno. Esse menino nasceu com o gol. Quando você tem jogadores assim, tem que valorizar, porque é difícil. Se tudo correr como se espera hoje, vamos dar uns dias para ele relaxar e depois vamos trazê-lo para treinar conosco”, elogiou René Simões.