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Onde está Valdivia em 2015? Meia não brilha e Palmeiras é melhor sem ele

Valdivia deixa o campo de cabeça baixa, após Palmeiras ficar no empate sem gols com o ASA, pela Copa do Brasil, nesta quarta-feira (27) - Ernesto Rodrigues/Folhapress
Valdivia deixa o campo de cabeça baixa, após Palmeiras ficar no empate sem gols com o ASA, pela Copa do Brasil, nesta quarta-feira (27) Imagem: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

28/05/2015 06h00

O torcedor do Palmeiras está acostumado a contar com Valdivia menos do que com a maioria dos outros jogadores. Apesar disso, nunca desistiu do meia: quando está em campo, o camisa 10 sempre foi decisivo e nunca deixou dúvidas sobre sua qualidade. Em 2015, algo mudou: o chileno vem mostrando dificuldades e colecionando más atuações.

Os melhores momento de Valdivia na temporada foram lampejos: contra o Botafogo-SP, nas quartas-de-final do Paulista, entrou na segunda etapa e deu um belo passe para Lucas cruzar; gol de Leandro Pereira. O lance classificou o alviverde às semifinais e encheu a torcida de esperança pela volta do Mago. No segundo jogo da final, em meio a uma atuação apagada, deu uma assistência para o gol do lateral direito Lucas.

Antes disso, tinha jogado minutos contra Ituano e Mogi Mirim, voltando de lesão, ainda longe da forma ideal. Nas semifinais, contra o Corinthians, não foi um dos destaques do jogo. Ficou de fora do primeiro jogo da final contra o Santos, por lesão; não brilhou no segundo. Nos três jogos pelo Brasileirão, praticamente não apareceu.

Nesta quarta, diante do ASA de Arapiraca, a torcida vibrou quando viu Cleiton Xavier ir para o aquecimento. Quando o locutor do Allianz Parque anunciou que Arouca sairia para a entrada do camisa 8, vaias explodiram, com gritos de "burro" dirigidos ao técnico Oswaldo de Oliveira; os palmeirenses queriam a saída de Valdivia, que pouco acertava nas jogadas de ataque.

No futebol, números quase nunca contam histórias inteiras, mas ajudam a mostrar parte delas. Eles dizem que o Palmeiras de 2015 é melhor sem Valdivia: com o chileno, são nove partidas, com duas vitórias, cinco empates e duas derrotas - aproveitamento de 40,7%, bastante abaixo dos 63% gerais do alviverde na temporada.

Nesses nove jogos, o camisa 10 não marcou gols; com ele titular, o Palmeiras não venceu nenhuma vez: foram quatro empates e duas derrotas. O palmeirense, até o ano passado, sofria com Valdivia fora, e contava os dias para ter o chileno em campo fazendo a diferença. Agora, podendo vê-lo em campo jogo após jogo, começa a pedir a entrada de Cleiton Xavier.

"O Valdivia estava muito tempo parado, passa por uma situação complicada no clube, mas é um talento inegável. E mesmo quando eu preciso substituí-lo, como hoje, não poderia fazer porque os jogadores da posição dele não tinham condição", explicou Oswaldo de Oliveira, após o empate diante do ASA, reconhecendo o momento do meia.

A história de Valdivia no Palmeiras pode terminar em 2015 - seu contrato acaba em agosto, e muitos dentro do clube já encaram uma eventual saída com naturalidade. Em junho ainda disputará a Copa América.

Antes disso, porém, há uma oportunidade perfeita de voltar às graças da torcida: no domingo o alviverde enfrenta o Corinthians, no Itaquerão, pelo Brasileirão.