Prisões criam animosidade entre dirigentes e Fifa e põem eleição em risco
São 1h15 da manhã de quinta-feira em Zurique, na Suíça, e quase todas as janelas dos quartos do luxuoso hotel Baur au Lac estão acessas. O local é dominado por dirigentes da Fifa e ninguém consegue dormir após a tensa quarta-feira. O dia começou com prisões de cartolas acusados de corrupção pelo FBI, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, e terminou com animosidade criada pela desconfiança de que a entidade colaborou com a ação de detenção dos criminosos.
Marin e os seis dirigentes presos estavam hospedados no hotel bancado pela Fifa como prática da entidade em semana de reuniões. Só que a desconfiança de muitos dos cartolas é de que a Fifa sabia do rumo das investigações e da ação policial na manhã de quarta-feira e ajudou a armar o cenário para a detenção.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, colocado como inocente na avaliação do FBI, avisou estar surpreso com o episódio. A tese de que a entidade era sabedora do rumo da investigação ainda perdeu força quando horas depois da prisão dos cartolas, a policia suíça foi até a sede da Fifa para confiscar computadores e documentos.
As prisões deixaram muitos dirigentes acuados em Zurique. A imprensa passou a ser vista como inimiga e o hotel Baur au Lac, de acesso livre ao hall em qualquer semana de evento Fifa, teve segurança reforçada, com os jornalistas sendo impedidos de aproximação.
Os dirigentes também mudaram a rotina na cidade. O congresso da Conmebol realizado na quarta-feira, por exemplo, e que contou com o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, teve segurança em torno do local e saída da cartolagem por estacionamento subterrâneo. Todos como se estivessem fugindo.
O retorno ao luxuoso hotel em Zurique foi feito logo depois do encontro. E a partir das 21h ninguém deixou o local, muito embora as luzes dessem o tom da intranquilidade nos quartos.
A eleição presidencial na sexta-feira é dada como certa pela Fifa. Só que diversos dirigentes que lá estão agora são contra o acontecimento. A maior voz contrária ao pleito já foi escancarada: é a da UEFA, a entidade que comanda o futebol europeu.
O congresso da UEFA está marcado para esta quinta-feira em Zurique. A expectativa é de que os representantes das confederações europeias se posicionem e fortaleçam o movimento de oposição que Michel Platini, o presidente da UEFA, faz a Joseph Blater.
A entidade europeia só vê condições da eleição acontecer daqui a seis meses. O receio é de que o pleito esteja comprometido por conta das diversas falcatruas descobertas em outras eleições da Fifa, como as escolhas das sedes da Copa do Mundo de 2018 na Rússia e 2022 no Qatar.
A eleição da Fifa tem 209 membros com direito a voto, representando todas as confederações afiliadas. Joseph Blater, no cargo desde 1998, tem como único oponente o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein.
Ali é atualmente vice-presidente da Fifa e membro do comitê executivo da Confederação Asiática de Futebol (AFC). Comanda também a Federação Jordaniana de Futebol e ocupa outros cargos de responsabilidade no esporte.
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