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Del Nero diz que abandonou congresso para "seguir de perto" fatos no Brasil

Do UOL, em São Paulo

29/05/2015 08h56

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, deu sua explicação por ter abandonado o congresso da Fifa que elegerá o próximo mandatário da entidade, em Zurique. Segundo o dirigente, a prisão de José Maria Marin na Suíça e a iminência de uma CPI do futebol no Congresso fizeram com que ele decidisse retornar ao Brasil para seguir melhor o andamento do caso.

“O que aconteceu, com essa prisão, fez com que eu voltasse para o Rio de Janeiro, para a CBF, para acompanhar os fatos de perto e para prestar todos os esclarecimentos necessários”, afirmou Del Nero, em entrevista exclusiva ao SBT no desembarque no aeroporto do Galeão.

Del Nero também explicou os motivos do banimento temporário de Marin dos quadros da CBF e a retirada do nome do ex-presidente da fachada do prédio da entidade.

“Na medida que a Fifa determina o banimento do presidente José Maria Marin, que esperamos que tenha sorte no seu processo, que consiga fazer as provas necessárias a seu favor, a entidade e a diretoria entendeu de deixar fora pelo menos momentaneamente”, comentou o dirigente.

A volta de Del Nero ao Brasil ocorre após o FBI prender de sete membros da Fifa - entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin - acusados de fazer parte de um esquema de suborno de US$ 150 milhões (cerca de R$ 450 milhões) em questões ligadas a transmissão de jogos e direitos de marketing do futebol na América do Sul e Estados Unidos.

Apesar de não ter o nome citado no relatório do FBI, Marco Polo Del Nero, sucessor e atual mandatário da entidade que comanda o futebol nacional, aparentemente é um dos suspeitos listados nos documentos montados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Em dois arquivos um dos suspeitos é descrito como membro do alto escalão da Fifa, da Conmebol e da CBF, credenciais que batem com as de Del Nero. As ações desse personagem reforçam indícios de participação do atual chefe do futebol nacional no esquema de corrupção.

“A prisão do ex-presidente Marin nos chocou profundamente e agora vamos aguardar os acontecimentos e estou aqui na CBF no dia a dia para mostrar o nosso comportamento, a nossa lisura no trabalho”, completou.