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Ele era chamado de Beto Cachaça. E agora ganha a vida com buffet infantil

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Imagem: Folha Imagem

Bernardo Gentile e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/05/2015 06h00

Ele sempre foi conhecido pela vitalidade em campo e pela clara afeição à vida noturna. Ganhou até o apelido de Beto Cachaça dos torcedores rivais, que sofriam com ele em campo. Aposentado, ele diz não se incomodar com a alcunha e surpreende ao revelar como ganha a vida após pendurar as chuteiras. Ao lado da mulher, ele é dono de um buffet de festa infantil e sócio de uma distribuidora de carvão.

“Minha esposa [Marcela] tem o buffet infantil e eu ajudo ela direto. Vamos arranjando festa para fazer, conseguindo parcerias. Graças a Deus está dando tudo certo. Agora estou entrando em uma sociedade de distribuidora de carvão na zona oeste, pela Barra da Tijuca, Recreio e arredores. É aquilo, né? Depois que encerra a carreira, tem arrumar a vida de outras maneiras. Fico feliz de estar aparecendo as oportunidades e tudo dando certo”, disse Beto ao UOL Esporte.

Ao contrário de algumas personalidades do esporte, Beto não passa dificuldades financeiras. Por outro lado, não se vê também com situação tão tranquila assim para o resto da vida. Isso porque ele não vive de maneira tão simples e admite: gosta do que é bom. Para isso, precisa seguir no mercado, mesmo que não tenha nenhuma ligação com o futebol.

“Ganhar dinheiro nunca é demais. Para quem gosta de coisa boa, ficar só saindo e gastando pode pesar lá na frente. Sou jovem ainda com filhos novos. Se achar que o que tem hoje é o suficiente, pode precisar depois. Não quero passar por isso e acho melhor buscar as coisas”, afirmou o ex-jogador.

Beto não é um gastador compulsivo, mas não abre mão de ter na sua vida o que realmente gosta de fazer. Sempre com bom-humor, o ex-jogador, revelado no Botafogo, mas muito identificado com o Flamengo, até brinca com a nova empresa. Agora responsável por distribuir um elemento fundamental para churrascos, ele até se convida para uma boquinha.

“Eu vivo da mesma maneira, só que diminuí porque a idade vai chegando. Não mudamos radicalmente. Gosto de jogar minha pelada, tomar uma cerveja. Isso não pode mudar. Agora com a distribuidora de carvão, vou ajudar no churrasco da rapaziada. Se me chamarem participo do churrasco também (risos)”, se diverte.

O gosto pela bebida não é de hoje e rendeu até mesmo o apelido de Beto Cachaça por parte dos rivais quando ainda jogava profissionalmente. Ele diz não se importar com a alcunha e brinca com a situação. “Levo numa boa, tranquilo. Mas isso acontecia mais na época que jogava. Hoje são poucas coisas que ouvimos. Podem falar à vontade que sou cachaceiro hoje. Qual o problema? Só brincam com quem incomoda. E sei que dentro de campo eu jogava alguma coisa”, comentou.

Além da forma de levar a vida, outra paixão segue viva no coração de Beto. Mesmo aposentado, ele segue entrando e campo e vestindo a camisa do Flamengo. Dessa vez, defendendo o time máster do Rubro-negro. “Para mim está sendo bom para caramba. Viajamos o Brasil todos com o máster do Flamengo.  E estou jogando junto com o Zico, né? Ele é um cara fora do normal. Não tem preço realizar esse sonho de jogar com um dos meus ídolos”, disse.

“Sou um cara realizado por ter jogado com Ronaldo, Romário, Rivaldo, Petkovic, Roberto Carlos... Agora depois que encerrei a carreira sou surpreendido come essa possibilidade de jogar ao lado do Zico. É para poucos”, finalizou.