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Flu vê revelações como 'salvação' financeira, mas só tem 100% de uma delas

Promessas da base tricolor, Gérson (d) e Kenedy (e) abraçam Fred em comemoração - Bruno Haddad/Fluminense FC
Promessas da base tricolor, Gérson (d) e Kenedy (e) abraçam Fred em comemoração Imagem: Bruno Haddad/Fluminense FC

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/05/2015 06h00

O Fluminense vê as revelações de suas categorias de base como uma possível saída para seus problemas financeiros, mas enfrenta um problema comum no futebol: o Tricolor só tem 100% dos direitos econômicos de um atleta de seu elenco, Lucas Lyrio, de 18 anos, que tem contrato até junho de 2016 e ainda integra o time sub-20 do clube.

Da geração promissora formada por Gérson, Kenedy e Marlon, o clube detém a maior parte da divisão dos direitos econômicos, mas perderá quantias consideráveis na divisão dos valores de futuras transações. Caso concretize a venda do primeiro por 20 milhões de euros (cerca de R$ 68 milhões) ao Barcelona, por exemplo, o clube distribuirá os 30% que não possui (cerca de R$ 21 milhões) entre o pai do jogador e dois investidores.

A situação é ainda mais perceptível no caso de outra promessa, o atacante Kenedy, também assediado por potências europeias como Barcelona, Real Madri e Chelsea. O Tricolor tem apenas 55% dos direitos econômicos do atleta. Com Marlon, o cenário é um pouco melhor: o clube terá 60% do montante de uma futura venda.

Isso, no entanto, não quer dizer que o Fluminense não capitalizou em algum momento a formação desses jogadores. No balanço financeiro de 2013, por exemplo, o clube revela que cedeu 12,5% dos direitos de Kenedy, então com 17 anos, e 17,5% do argentino Martinuccio por um valor total de R$ 1,3 milhão. Ou seja, a receita ajudou o Tricolor no passado.

Ao todo, o Fluminense possui direitos econômicos de 130 jogadores, entre eles integrantes do elenco principal, jogadores das categorias de base e atletas emprestados. Entre eles, alguns se destacam pelo baixo retorno que dariam em caso de uma venda: caso do lateral direito Wellington Silva, do qual o clube das Laranjeiras só detém 5% dos direitos.

Entre as revelações das categorias de base o percentual tricolor costuma ser maior. O Fluminense possui metade ou mais dos direitos de Michael (50%), Robert (60%), Ronan (70%), Marcos Junior (60%) e Igor Julião (50%), por exemplo. O meia Gustavo Scarpa, por sua vez, renderia 45% de uma possível transferência ao Tricolor.

A venda de direitos econômicos dos atletas revelados em sua base pode ser decisiva para o Fluminense sair da dificuldade financeira em que se encontra desde a saída da Unimed Rio, no fim de 2014. Até mesmo por isso, o clube deve se desfazer de Kenedy ou Gérson até o fim de 2015, já que existe uma previsão de R$ 40 milhões de prejuízo em seu orçamento para o ano.

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