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Cambistas detidos no Itaquerão vão prestar serviços no IML paulista

Torcedores do Corinthians durante clássico contra o Palmeiras - Eduardo Knapp/Folhapress
Torcedores do Corinthians durante clássico contra o Palmeiras Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

01/06/2015 19h11

Na primeira partida em que as medidas antiviolência anunciadas pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e o Poder Judiciário passaram a vigorar, nove torcedores foram detidos no clássico entre Corinthians e Palmeiras, na Arena Corinthians, em São Paulo. Sete deles receberam sentenças imediatas. Os seis cambistas detidos vão prestar serviços administrativos no Instituto Médico Legal (IML) paulista.

A prestação de serviços se dará em dia de jogos do Corinthians, em turno de seis horas, que se inicia duas horas antes do jogo e se encerra duas horas depois do apito final. A medida será válida pelos próximos três meses. Além dos cambistas, dois torcedores do Corinthians também foram detidos, acusados de atirar objetos dentro do campo. Um deles vai prestar serviços, nos mesmos moldes, no Corpo de Bombeiros. O outro não aceitou ser punido pelo Estatuto do Torcedor e irá responder processo. 
 
 
Os bombeiros pretendem que esse torcedor participe de cursos de primeiros socorros e de brigadista. O nono detido deverá ter o caso analisado pelo Jecrim (Juizado Especial Criminal) durante esta semana.
 
Até o último domingo, quem fosse punido por algum tipo de ocorrência relacionado a futebol era banido temporariamente dos estádios e precisava se apresentar à delegacia na hora dos jogos. O problema é que, na prática, esse mecanismo não funciona tão bem. 
 
Entre os locais escolhidos para a prestação de serviços estão o IML (Instituto Médico Legal), o Instituto de Criminalística, o Corpo de Bombeiros e o Centro de Reabilitação Lucy Montoro.
 
Essa é medida considerada mais importante do pacote anunciado pelas autoridades, que tentam aprimorar a luta contra a violência no futebol paulista depois de um primeiro semestre marcado por muitos conflitos e até mortes em conflitos de torcidas organizadas.
 
Além da exigência do serviço comunitário, as autoridades também anunciaram a implantação de delegacias móveis nos estádios. A ideia é aumentar o potencial de atendimento de ocorrências em um dia de jogo.
 
Por último, há uma mudança estratégica da Secretaria de Segurança. A partir de agora, ocorrências do entorno dos estádios serão encaminhadas ao Juizado do Torcedor, setor especializado em violência no futebol. Até hoje, os casos eram levados a uma delegacia de polícia comum, o que por vezes atrasava o processo de apuração.