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Boicotes ou Copa 'alternativa': Uefa discute opções de retaliação a Blatter

Uefa, comandada por Platini (d), estuda como retaliar a Fifa, presidida por Blatter - AFP
Uefa, comandada por Platini (d), estuda como retaliar a Fifa, presidida por Blatter Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

01/06/2015 09h44

Dirigentes ligados à Uefa sabem que a missão é difícil, mas pretendem levar adiante a ideia de esvaziar competições em protesto à atual gestão da Fifa. O pedido de boicote será apresentado em reunião da Uefa marcada para sábado, dia 6 de junho, em Berlim, no mesmo dia e local da decisão da Liga dos Campeões entre Barcelona e Juventus.

O jornal inglês The Independent informa que a proposta de boicote foi lançada pelo dinamarquês Allan Hansen, membro do comitê executivo da Uefa. Estariam na pauta competições como o Mundial de Clubes de 2015 e a Olimpíada de 2016.

Ao BBC News, o presidente da Associação Inglesa de Futebol, Greg Dyke entende que uma revolução na esfera política só acontecerá com a participação de grandes seleções.

“Seria ridículo tentar fazer isto apenas entre nós”. “É preciso que outras nações pressionem e essa pressão sobre os patrocinadores poderá ser uma boa ideia, acredito”.

Outra ideia cogitada é a criação de um campeonato comandado pela Uefa mas com a presença de seleções não-europeias convidadas, como Brasil e Argentina. Seria uma alternativa à Copa do Mundo, mas sem chancela da Fifa.

A ausência de equipes europeias em competições Fifa representaria enormes prejuízos financeiros à entidade, avaliam membros da Uefa contrários à administração Blatter.

Presidente da Uefa, Michel Platini havia cogitado a ideia de boicotar competições internacionais caso Blatter continuasse no cargo. Mas o suíço foi reeleito, e Platini adotou discurso mais ameno. Segundo o jornal inglês The Telegraph, o dirigente francês não pretende apoiar as ideias de boicote às competições comandadas pela Fifa nem de criação de um evento mundial sem chancela da entidade, mas quer propor que os europeus se ausentem das próximas reuniões do comitê executivo da Fifa.

A alternativa a ser proposta por Platini, porém, embora pareça a mais viável, deve enfrentar resistência de nomes importantes do futebol europeu: Angel Maria Villar-Llona, presidente da Real Federação Espanhola e aliado declarado de Blatter; Michel D'Hooghe, belga que é um dos veteranos do Comitê Executivo e preferiu depositar confiança na Fifa frente às acusações de corrupção; Vitaly Mutko, representante da Rússia, país que receberá a Copa de 2018 e tem se posicionado contra as investigações comandadas pelos EUA; e Senes Erzik, integrante da Turquia, que foi uma das poucas nações europeias a votar em Blatter.