Jennings aponta quem é o cartola ideal para tirar a Fifa da lama
Um dos principais inimigos da Fifa e autor de vários livros denunciando a corrupção na entidade, o jornalista escocês Andrew Jennings ficou exultante com o anúncio da renúncia de Joseph Blatter, mas não está totalmente satisfeito. Para ele, o suíço deveria deixar o cargo imediatamente e não esperar uma nova eleição, que ocorrerá em um congresso extraordinário, previsto para ocorrer entre dezembro e março.
“Por que esperar mais meses? Que caia fora agora ou então que alguém o tire de lá. Não faz sentido seguir como presidente. E não é só o Blatter que deve sair, e sim todos que trabalham com ele: Jérôme Valcke (secretário geral), Domenico Scala (presidente do Comitê de Auditoria), os que trabalham no departamento financeiro. Absolutamente todos”, disse Jennings ao UOL Esporte.
E o escocês tem na ponta da língua o nome do homem capaz de reerguer a Fifa ao longo dos próximos anos. Trata-se de Michael Van Praag, de 67 anos, presidente da Federação Holandesa de Futebol e ex-presidente do Ajax. Na eleição deste ano, inclusive, ele chegou a lançar a sua candidatura ao posto, mas desistiu algumas semanas antes do Congresso da última sexta-feira.
“Ele (Van Praag) é um homem do futebol, que trabalhou a vida toda com isso e sempre criticou o Blatter. Penso que é o único candidato capaz de limpar toda a sujeira, trazer coisas novas para a Fifa, que é um corpo morto agora. Ele é um bom organizador”, afirmou Jennings, que vai além.
“Tem de se começar do zero. A Fifa deveria ter novos escritórios, sair da Suíça. Ir para um país onde as autoridades se esforcem para controlar o que acontece na entidade”, completou.
Para o jornalista, o processo de transição e de reestruturação não deveria ser coordenado pela Fifa e por homens que votaram em Blatter e sim por organizações independentes.
“A ONU (Organização das Nações Unidas) deveria comandar este processo, organizações internacionais não-governamentais. Blatter e sua gangue não devem ter nenhum tipo de controle de agora em diante. Tudo na Fifa cheira mal, ela está queimada”, disse.
Jennings afirmou também que a renúncia de Baltter foi fruto da pressão dos grandes patrocinadores da entidade e que caberá às autoridades suíças e americanas e à Justiça definir o seu futuro.
Na semana passada, em entrevista ao UOL Esporte, Jennings havia dito que a Fifa era um império que estava ruindo.
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