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Comida fria e grana baixa fazem Arena Corinthians perder acordo de R$ 40 mi

Lanchonetes foram inauguradas pela Arena Corinthians em clássico com o Palmeiras - Divulgação/Arena Corinthians
Lanchonetes foram inauguradas pela Arena Corinthians em clássico com o Palmeiras Imagem: Divulgação/Arena Corinthians

Dassler Marques e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

05/06/2015 12h00

Fechado pela Arena Corinthians em maio de 2014 com prazo de duração para 10 anos e valor de R$ 40 milhões, o contrato para a empresa Diverti Arena explorar 79 pontos de alimentação do estádio foi recentemente quebrado em razão do não cumprimento de partes do acordo. Entre os pontos que levaram à quebra estão a falta de investimento dos valores combinados e queixas sobre a qualidade do serviço.

Todo esse processo retardou a implantação de lanchonetes e gerou atraso de praticamente seis meses. No último domingo, graças a um acordo que substituiu o contrato com a Diverti, a Arena Corinthians estreou pontos de alimentação das marcas Bob's, Vivenda do Camarão, Dica do Chef e Domino's Pizza.

Um dos sócios da Diverti é Cairê Aoas, primo do ex-corintiano Marquinhos, hoje no Paris Saint-Germain. O grupo proprietário é o mesmo que detém a Fundação Bares, que controla o Bar Brahma. Entre os proprietários está Alvaro Aoas, pai de Cairê e tio de Marquinhos. O acordo teve o aval de Andrés Sanchez, superintendente de futebol do clube.

Apesar do know how dos envolvidos no acordo, a empresa Diverti Arena foi fundada três meses depois da divulgação do acordo com a Arena Corinthians. No endereço designado na Junta Comercial do Estado de São Paulo, não está exatamente a Diverti, mas outro empreendimento dos mesmos sócios. A companhia concordou com a rescisão amigável por não conseguir arcar com os cerca de R$ 40 milhões acordados.

Segundo fontes que compõem a administração da Arena Corinthians, várias queixas de torcedores foram feitas pelo serviço precário que foi prestado pela Diverti nas lanchonetes que funcionavam de maneira provisória desde a Copa do Mundo. As reclamações vão desde a temperatura dos sanduíches vendidos até o serviço na área VIP. No serviço de buffet em algumas partidas, hot-dogs foram servidos para corintianos que pagaram R$ 450 por uma entrada.

"A operação mostrou uma realidade diferente ao que estava no contrato", explica Lúcio Blanco, diretor de arrecadação da Arena Corinthians. "O contrato foi fechado antes da Copa do Mundo, mas você só conhece o processo, na verdade, durante o uso. É uma coisa nova no Brasil. Depois de um ano de experiência, ou quase isso, existem ajustes que precisam ser feitos. Até agora, tudo foi feito em estruturas temporárias", complementou, antes da inauguração recente de pontos definitivos de lanchonetes no domingo passado.

Apesar de não cumprir com o combinado em contrato, a Diverti Arena deve se manter no plano de alimentação do estádio corintiano com a exploração de restaurantes.

O UOL Esporte entrou em contato com Álvaro Aoas, que não respondeu as mensagens. O Corinthians não forneceu contato de representantes da Diverti Arena.

Depois da publicação da reportagem, a Arena Corinthians entrou em contato e enfatizou que o valor de R$ 40 milhões era a quantia máxima prevista em contrato para investimento nas lanchonetes do estádio e não um valor que entraria diretamente nos cofres do clube.