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Se Damião e Kleber conseguiram a rescisão, por que Pato não pode?

Alexandre Pato tem precedentes para acreditar em sua rescisão na Justiça - LEANDRO MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Alexandre Pato tem precedentes para acreditar em sua rescisão na Justiça Imagem: LEANDRO MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Marinho Saldanha

Do UOL, em São Paulo

13/06/2015 06h00

A disputa na Justiça para conseguir rescisão de contrato por conta de direitos de imagem atrasados não chega a ser estranha no futebol brasileiro. Neste ano, dois casos com semelhanças e diferenças da pedida de Alexandre Pato para se desligar de Corinthians e São Paulo foram decididos em favor dos atletas. Leandro Damião com o Santos e Kleber Gladiador com o Grêmio servem de precedentes para o atacante de 25 anos. 

Pato pede na Justiça a rescisão de contrato por conta dos atrasos de 10 meses de direitos de imagem do Corinthians e mais dois meses do São Paulo. O total sem encargos de processo dá R$ 4,2 milhões a serem recebidos. 
 
A comparação com o caso de Kleber Gladiador e o Grêmio se dá por conta do pedido de liminar. Foi assim que o camisa 30 se liberou do clube gaúcho antes mesmo da primeira audiência. Ele reclamava quatro meses de direitos de imagem atrasados. Os salários, a exemplo do caso de Pato, estavam em dia. E o Tribunal decidiu em favor do atleta. Kleber conseguiu liberação, que foi rapidamente oficializada pela CBF. E o Grêmio não quis recorrer. 
 
Com Leandro Damião o processo foi semelhante. O centroavante teve atrasos em direitos de imagem, segundo seu empresário, de 10 meses. Com isso, procurou a Justiça e no último dia 3 conseguiu a rescisão de contrato. O vínculo, entretanto, ainda não foi tirado dos registros da CBF. Ele segue atuando no Cruzeiro, onde está emprestado, e com vínculo com o Santos segundo o Boletim Informativo Diário (BID). 
 
Em relação a Kleber, o que difere o caso de Alexandre Pato é a empresa que recebe os direitos de imagem. E neste ponto está a base da defesa corintiana. Pato vendeu seus direitos de imagem para uma empresa inglesa, a Chaterella Investors Limited, que repassa cuidados a Sil Serviços no Brasil. Ele não é sócio ou proprietário dela. Sendo assim, os direitos de imagem não são pagos a ele diretamente. Diferente do Gladiador que recebia por uma empresa própria. 
 
Comparando-se o caso com Leandro Damião, a diferença se dá no rompimento de dois contratos. Como Pato alega dívidas com dois clubes, pretende rescisão dupla. Damião não queria liberar-se do Cruzeiro. Além disso, havia atraso em pagamentos na carteira de trabalho (CLT) de Damião, com Pato não há. 
 
Outro caso que pode ser, de alguma forma, exemplo para a investida de Pato aconteceu ainda em janeiro deste ano, com o Santos. O lateral chileno Eugênio Mena conseguiu a liberação na Justiça por conta de salários atrasados. Na ocasião, os pagamentos eram em carteira de trabalho. Já Arouca e Aranha, que também se desligaram do Peixe, fizeram acordos após terem liminares rejeitadas. 
 
De qualquer forma, o advogado do atual atacante do São Paulo está otimista. Através de liminar, acredita que até quinta-feira consiga a rescisão do jogador, que ficará livre para assinar com qualquer outro time. Pato está relacionado para o jogo de sábado contra a Chapecoense. Será sua sexta partida no Brasileirão. A última que pode ser disputada ainda sem vetar transferência para outro clube que disputa a primeira divisão do futebol brasileiro. 
 
Tanto Corinthians quanto São Paulo alegam que pagaram os direitos de imagem atrasados a Pato e terão até quarta-feira para provar isso na Justiça.