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Protestos, poluição e Vidal: Chile vive problemas em meio a Copa América

Manifestante lança bomba contra polícia em protesto no início de junho, no Chile - Mario Ruiz/EFE
Manifestante lança bomba contra polícia em protesto no início de junho, no Chile Imagem: Mario Ruiz/EFE

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Santiago (Chile)

17/06/2015 06h00

Com problemas na organização e muito improviso nos primeiros jogos, a Copa América do Chile ainda está longe de ser um sucesso. A desordem admitida por voluntários e funcionários nos estádios se destaca em um torneio com craques do porte de Messi, Neymar, Cavani e Falcão García. E os problemas não ocorrem apenas dentro dos gramados e arenas.

Nas ruas, o momento também é delicado, principalmente na capital Santiago. Bem como o ocorrido durante a Copa das Confederações de 2013, no Brasil, os chilenos aproveitaram o evento de 2015 para jogar holofotes em suas causas. A principal delas é a briga de estudantes e professores por melhorias na reforma da educação.

Os professores consideram insuficiente e rejeitam a série de projetos de leis do governo da presidente Michele Bachelet, principalmente um que condiciona aumento salarial a avaliação periódica de desempenho. Um dia antes do início da Copa América, mais de 200 mil pessoas protestaram em Santiago na manifestação que acabou terminando em violência.

Nesta quarta-feira, pela manhã, um novo protesto irá ocorrer. Desta vez, professores prometem uma quantidade ainda maior de manifestantes espalhados pelas ruas de Santiago.

“Vamos seguir protestando e lutando por nossas causas. Este governo quer passar uma impressão de que nossa paralisação é apenas pela questão salarial. É muito mais do que isso. Brigamos também por melhores condições de trabalho”, disse Raúl Valenzuela, líder do colégio de professores e do movimento.

Protesto no Chile - Rodrigo Garrido/REUTERS - Rodrigo Garrido/REUTERS
Estudantes protestam contra reforma educacional da presidente Bachelet
Imagem: Rodrigo Garrido/REUTERS

Não bastasse a situação que deixa escolas e faculdades em greve desde o último dia 1º, o Chile ainda encara outro problema em meio ao torneio. Desde o início de junho, Santiago está em alerta máximo ambiental por conta da poluição.

O estado decretado pelas autoridades locais proíbe, entre outras coisas, a prática de esporte ao ar livre. Há algumas semanas, indústrias estão fechadas e carros vêm tendo sua circulação reduzida.

“Não ficamos sabendo oficialmente deste caso, mas é sempre bom se preocupar”, disse, rapidamente, o goleiro Jefferson antes do último treino da seleção brasileira antes do jogo desta quarta.

Enquanto o time de Dunga realizava a atividade no gramado do estádio Monumental, uma extensa nuvem de poluição cobria a cidade e a Cordilheira dos Andes. Ainda assim, autoridades e organização garantiram níveis para a realização de Brasil x Colômbia.

Ferrari de Vidal após acidente - Felipe Fredes/Agencia UNO/Agif - Felipe Fredes/Agencia UNO/Agif
Ferrari de Arturo Vidal ficou destruída após acidente com o jogador do Chile
Imagem: Felipe Fredes/Agencia UNO/Agif

No final da noite de terça-feira, mais um problema para os chilenos fora de campo. E desta vez uma situação que pode impactar diretamente dentro das quatro linhas. O meia Arturo Vidal, craque da seleção local, foi detido após se envolver em um acidente automobilístico e testar positivo em um exame de álcool.

Por conta das duras leis do país com estes casos, ele passou a noite da delegacia e será levado pela manhã para um outro posto policial, onde passará pelo controle de detenção – investigação para decidir seu futuro.

Com Vidal detido, manifestações nas ruas e uma poluição exagerada, a Copa América terá nesta quarta-feira seu sétimo dia. Tentando abafar os problemas locais, o torneio irá até o dia 4 de julho, quando os finalistas se enfrentarão na decisão no Estádio Nacional, em Santiago.