Relíquia de Nilton Santos uniu clube. E reaproximou botafoguenses ilustres
Carlos Augusto Montenegro entrou para história por ser o presidente no título mais importante da história do Botafogo: o Brasileiro de 1995. Desde então, ele é figura constante na vida política do clube e, junto com ‘botafoguenses ilustres’, ajudava o Alvinegro com empréstimos. Porém, o cartola apoiou a chapa de Carlos Cesário Alvim, derrotada nas últimas eleições pelo grupo de Carlos Eduardo Pereira.
Montenegro não engoliu muito bem a derrota nas eleições e disparou contra a atual gestão. “Saíram os da praia [Maurício Assumpção] e entraram os amadores”, disse o cartola ao blog “Um facho de luz”, do globoesporte.com. Tudo porque Carlos Eduardo Pereira, à época, encontrou dificuldades para pagar uma parcela do Reffis. Carlos Augusto, então, disse que não ajudaria o desafeto.
A rixa, no entanto, não durou muito tempo. Na troca do conselho deliberativo, Montenegro pediu a palavra, elogiou Carlos Eduardo e se utilizou de uma relíquia para unir o clube: presenteou o atual presidente com uma camisa de Nilton Santos.
“Ali todos perceberam que eu ia apoiá-lo. Deixei claro que sempre apoiei e que sempre apoiaria os presidentes. Realmente tinha falado [gestão amadora], mas foi no início e sobre uma situação específica que nem lembro mais. Mas não foi em relação a direção de uma forma geral, pois nem havia começado. Eu me lembro que saiu algo nesse sentido e que não corrigi, mas de qualquer maneira isso já ficou no passado”, disse Montenegro ao UOL Esporte.
A aproximação não tem como único objetivo aparar as arestas com Carlos Eduardo Pereira. Apaixonado pelo Botafogo, Montenegro quer ajudar o clube em um dos momentos mais difíceis da história: na Série B. Para piorar, o Alvinegro ainda conta com verbas bloqueadas e não conseguiu patrocínio máster. Para manter o ritmo dos bons resultados e não repetir erros do passado, os famosos ‘botafoguenses ilustres’ se reaproximaram e estudam uma forma de contribuir financeiramente.
“A ideia é fazer uma reunião para encontrar um modelo de fazer esse empréstimo de modo que não tenha jogador como garantia. Ou de uma forma que acabe minando o clube no futuro. Estamos pensando em dar um respaldo para essa diretoria trabalhar com mais tranquilidade. Essa iniciativa partiu do nosso grupo de botafoguenses. Dar alguma segurança para a diretoria chegar até o fim do ano”, explicou Montenegro.
“Os salários precisam estar em dia, impostos em dia. O ano é difícil, muitas penhoras e sem patrocínio. Esse ano é muito difícil. A partir do ano que vem, sem penhoras e com patrocínio, deve melhorar. Funciona como empréstimo, mas será pago quando puder e sem garantia de jogadores. A palavra dele [Carlos Eduardo Pereira] basta”, finalizou.
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