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Corinthians aciona jurídico para 'Caso Amarilla'; Conmebol aguarda denúncia

Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em São Paulo *

22/06/2015 11h29

* Atualizada às 12h23

O departamento jurídico do Corinthians analisará como proceder após tomar conhecimento de escutas telefônicas que levantam suspeitas de que o juiz paraguaio teria prejudicado intencionalmente o Corinthians no duelo contra o Boca Juniors na Libertadores. Ao UOL Esporte, o clube informa que "vai analisar providências jurídicas".

Em contato com a imprensa nesta segunda-feira, o gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar informou que o clube aguarda investigação da Conmebol sobre o "Caso Amarilla".

"Temos que esperar o pronunciamento dos réus para que a gente possa comentar melhor. O Corinthians vai estar muito atento a isso", disse Edu Gaspar.

"As investigações serão feitas e temos que confiar. É ter pensamento positivo para que as coisas venham à tona e que tenhamos um futebol cada vez mais limpo. Acho que elas estarem sendo feitas por pessoas sérias é uma boa coisa. Vamos confiar nelas", acrescentou Edu Gaspar.

O diálogo revelado por um programa de TV da Argentina envolve Julio Grondona, então presidente da AFA (Associação do Futebol Argentino), que morreu em 2014, e Abel Gnecco, representante argentino no comitê de árbitros da Conmebol, e se dá em 17 de maio de 2013, dois dias depois do Boca eliminar o Corinthians em pleno Pacaembu.

Na ocasião, o paraguaio Carlos Amarilla anulou um gol legal e deixou de marcar um pênalti claro para os brasileiros, além de outros dois lances duvidosos que foram apitados a favor do Boca. O jogo acabou empatado em 1 a 1, o que resultou na eliminação corintiana.

Em entrevista à radio paraguaia 970 AM, Amarilla disse que jamais recebeu dinheiro para favorecer um clube e negou envolvimento no caso.

Conmebol aguarda denúncia para abrir investigação

O Tribunal Disciplinar da Conmebol informou nesta segunda-feira que aguarda denúncia formal para abrir investigação sobre a arbitragem de Carlos Amarilla na partida Corinthians x Boca Juniors, pelas oitavas da Libertadores de 2013. Escutas telefônicas, reveladas no domingo, levantam indícios de que o juiz paraguaio foi escolhido para apitar a partida para favorecer ao time argentino.

Carlos Amarilla negou participação em esquema. Veja mais declarações à rádio 970AM, do Paraguai

"Estou falando com meu advogado para ver qual medida tomaremos" (sobre as declarações de dois dirigentes na escuta)

"Eu entro para aplicar as regras do jogo. Posso cometer erros"

"Treinamos todos os dias e cometemos erros, assim como os jogadores"

"Nenhum instrutor, nenhum dirigente se aproximou de nós"

Presidente do Tribunal Disciplinar da Conmebol, Caio Rocha ressaltou que a abertura depende de denúncia da parte interessada (no caso o Corinthians) ou da Unidade Disciplinar da entidade (órgão interno da Conmebol quem formula as denúncias).

"O procedimento disciplinar se inicia de oficio por atuação da Unidade Disciplinar ou por atuação de uma das partes interessadas".