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Como uma lenda do atletismo quer ajudar o Flu a criar craques no futebol

Michael Johnson ganhou quatro ouros olímpicos e foi campeão mundial nove vezes - AFP PHOTO/Gabriel BOUYS
Michael Johnson ganhou quatro ouros olímpicos e foi campeão mundial nove vezes Imagem: AFP PHOTO/Gabriel BOUYS

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/06/2015 06h02

Um dos maiores nomes do atletismo de todos os tempos, o ex-velocista Michael Johnson quer ajudar o Fluminense a desenvolver novos craques nas categorias de base do Fluminense em Xerém, de onde saíram nomes como Marcelo, Carlos Alberto, Thiago Silva e, mais recentemente, Gérson. Através de parceria com o instituto da lenda olímpica, o Tricolor terá o ex-atleta como uma espécie de consultor para a preparação física dos jovens que tentam iniciar suas trajetórias no futebol.

Se o esporte carro-chefe do Fluminense não carrega muita familiaridade com o praticado por Michael Johnson na época de atleta, a questão física é uma área em que o instituto comandado por ele certamente pode contribuir com o Tricolor. A parceria fechada recentemente, inclusive, determina que um representante do campeão olímpico ficará fixo em Xerém e será custeado pelo clube enquanto compartilha conhecimento e monitora a aplicação de novas práticas na preparação das promessas do time das Laranjeiras.

A principal contrapartida arcada pelo Fluminense será dada somente no futuro: o instituto Michael Johnson terá direito a ter um centro de preparação física dentro do CT tricolor que será erguido nos próximos anos na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ideia é ter um local de excelência na área semelhante aos que a empresa já detém nos Estados Unidos e na Inglaterra.

“Vai ter um centro numa área bastante nobre do Rio de Janeiro praticamente a custo zero para ele. A equipe de atletismo do Brasil treina com o Michael. Haverá essa facilidade de ter um espaço aqui no Rio. Outra contrapartida é que conseguirá entrar num clube de futebol. A partir dessa experiência poderá prestar esse serviço a outras equipes, também em categorias de base”, explicou o diretor geral das categorias de base do Fluminense, Marcelo Teixeira.

Michael Johnson (c) esteve nas Laranjeiras com o presidente Peter Siemsen (e) e Marcelo Teixeira - BRUNO HADDAD/FLUMINENSE F.C. - BRUNO HADDAD/FLUMINENSE F.C.
Johnson (c) esteve nas Laranjeiras com o presidente Peter Siemsen (e) e Marcelo Teixeira
Imagem: BRUNO HADDAD/FLUMINENSE F.C.
Outra contrapartida é a divulgação da marca do Instituto Michael Johnson no Brasil, país onde a empresa pretende ganhar espaço no futuro. A parceria começou a ser discutida quando o recordista mundial dos 400m rasos veio ao Brasil em março de 2013. No ano seguinte, após o time sub-19 tricolor disputar a Dallas Cup, o presidente Peter Siemsen e Marcelo Teixeira visitaram a sede do Michael Johnson Performance e acertaram a parceria, oficializada apenas neste mês.

“Demoramos um pouco para concretizar o negócio muito por questões contratuais e também porque esperávamos uma definição sobre o CT do Fluminense. Acreditamos que em meados de julho já teremos o profissional do instituto em Xerém. Estamos resolvendo ainda o visto de trabalho dele, o que também tem atrasado esse início”, conta Teixeira.

Esta não é a primeira vez que a Michael Johnson participa de projetos envolvendo futebol. Na Inglaterra, o instituto já presta serviços para Arsenal, Manchester United e a seleção nacional. A ideia, entretanto, é aperfeiçoar os conhecimentos da empresa na formação de atletas no esporte, algo em que ela detém menos experiência até aqui.