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Bicho papão? Cinco fatores explicam o Palmeiras forte em clássicos em 2015

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

30/06/2015 06h00

O Palmeiras não faz uma grande campanha no Brasileiro: com 12 pontos, ocupa a 11ª colocação e tem três vitórias. Os resultados positivos, entretanto, foram nos dois clássicos que jogou, contra Corinthians e São Paulo. Desde o dia 25 de março, quando venceu o mesmo São Paulo pelo Paulistão, o alviverde vem sendo arrasador em clássicos - no "cartel", uma vitória e um empate vitória contra o Corinthians em Itaquera, duas vitórias contra o clube do Morumbi, uma contra o Santos e apenas uma derrota isolada diante time da Baixada, na Vila Belmiro. Nos bons desempenhos, sempre alguns fatores em comum que explicam os resultados.

Pressão e força no primeiro tempo

O Palmeiras entra nos clássicos ligados: em todas as vitórias (duas contra o São Paulo, uma contra o Corinthians e uma contra o Santos) e no empate diante do Corinthians em Itaquera, o Palmeiras marcou pressão e balançou as redes ainda no primeiro tempo. Nas cinco partidas, só não tinha feito gol aos 30 do primeiro tempo em uma. Entrando ligado, marcando pressão e conseguindo surpreender o adversário, o alviverde encontrou um caminho para ser temido nos confrontos contra os rivais.

O lado esquerdo poderoso

Neste domingo Egidio deu três assistências na goleada sobre o São Paulo, mas não é de hoje que o lado esquerdo palmeirense tem sido fator decisivo nos clássicos. Com o próprio Egidio, Zé Roberto, Dudu ou Rafael Marques, o setor produziu gols contra São Paulo, na primeira fase do Paulista (duas vezes as jogadas saíram por ali); Corinthians, nas quartas de final (o gol de empate). No Brasileiro, novamente, lances decisivos pela esquerda contra os dois rivais: diante do alvinegro, gol de Rafael Marques na trave esquerda, depois de cruzamento de Kelvin; no domingo, os três passes de Egídio.

O falso centroavante

O Palmeiras joga com um homem de área - Alecsandro, Cristaldo ou Leandro Pereira - mas tem sempre Rafael Marques, que começou a carreira como centroavante, aberto em uma das pontas. Finalizador, Rafael é o artilheiro do time na temporada, sempre chegando na segunda trave como elemento surpresa - nos clássicos, essa jogada vem sendo mortal. No Paulista, marcou assim duas vezes diante do São Paulo e uma contra o Corinthians; no Brasileiro, mais ua contrao alvinegro, e outra contra o clube do Morumbi.

Marcação dura

O Palmeiras marca duro em clássicos, e isso reflete nas estatísticas: nos oito que disputou na temporada, acumulou 27 cartões amarelos. O número gera uma média de 3,4 cartões por jogo, bem acima dos 2,4 do restante da temporada. Às vezes, o resultado é indesejado: no segundo jogo da final do Paulista, diante do Santos, Dudu e Victor Ramos acabaram expulsos. A força defensiva, porém, é determinante nas vitórias.

Salários em dia

A maioria dos jogadores profissionais mantém os níveis de dedicação diante de atrasos salariais, mas é inegável que o acumulo de dividas reiteredamente com o elenco pode ter um impacto negativo na performance do time. Dos quatro clubes grandes paulistas, o Palmeiras é o único que, atualmente, mantém os direitos de imagem em dia. Depois da goleada de domingo, o São Paulo admitiu atrasos de quatro meses; no Corinthians, chegaram a sete meses em 2015; o Santos chegou a perder jogadores na Justiça no ano passado, e segue com dificuldades financeiras.