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Em crise, Odebrecht paga quase R$ 1 milhão em certidões à Arena Corinthians

Arena Corinthians custa cerca de R$ 1,2 bilhão - Paulo Whitaker / Reuters
Arena Corinthians custa cerca de R$ 1,2 bilhão Imagem: Paulo Whitaker / Reuters

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

01/07/2015 17h00

O grupo Odebrecht atravessa momento crônico pela prisão de seu presidente, mas se aproxima da aquisição do primeiro milhão de reais em Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CID) da Arena Corinthians.

O valor atualizado de aproximadamente R$ 800 mil serve para o Corinthians abater sua dívida com a construtora nas obras do estádio. A quantia total de CIDs emitidas é de R$ 465 milhões e corresponde a quase 40% do preço atualizado da Arena, que é de R$ 1,2 bilhão.

A compra de certidões foi feita no orçamento de duas obras que possuem a participação da empresa. O consórcio responsável pela Linha 6 Laranja do Metrô de São Paulo, com a Odebrecht Infraestrutura como uma das integrantes, adquiriu R$ 513 mil em CIDs. Já a obra da Ponte Itapaiúna, realizada apenas pela Odebrecht Infraestrutura, comprou outros R$ 285 mil.

O processo funciona da seguinte maneira: as certidões foram emitidas pela prefeitura de São Paulo, com base em lei municipal formulada pela então prefeita Marta Suplicy, e podem ser compradas por interessados em pagar tributos municipais (IPTU e ISS) com esses títulos.

A emissão das CIDs teve início em 2011, mas a conclusão atrasou. Recentemente, o fundo que gere a Arena Corinthians conseguiu a totalidade das certidões e ainda o Termo de Conclusão de Investimento, o que autoriza a comercialização. A intenção do Fundo de Administração da Arena é atrair outras empresas além da Odebrecht para acelerar o pagamento.

Neste mês, por sinal, o Fundo do estádio também pagará a primeira parcela mensal ao BNDES no valor de R$ 5 milhões por conta do financiamento da obra que tem nova previsão de conclusão, agora em agosto.

Investigada na 14ª fase da Operação Lava Jato, a empreiteira tem atualmente preso o presidente Marcelo Odebrecht. Nesta semana, a Justiça negou pedido de liberdade apresentado por seus advogados.