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CPI do Futebol é adiada e sofre inchaço em nova derrota para Romário

Romário sofreu mais uma derrota em sua tentativa de emplacar CPI do futebol - Ed Ferreira/Folhapress
Romário sofreu mais uma derrota em sua tentativa de emplacar CPI do futebol Imagem: Ed Ferreira/Folhapress

Daniel Brito

Do UOL, em Brasília

02/07/2015 11h05

A CPI do Futebol no Senado sofreu mais uma derrota nesta semana. Sem indicação de membros do PMDB, da bancada da maioria, o início da comissão foi postergado para a terça-feira da próxima semana. É o terceiro adiamento desde a criação da CPI, no final de maio, a pedido do senador Romário (PSB-RJ).

Derrota maior para o ex-jogador foi o fato de o Senado ter articulado um inchaço na CPI. Inicialmente, ela deveria contar com sete membros titulares. Este é o desejo do Baixinho, mas ele foi vencido pela maioria, que conseguiu passar para 11 o número de integrantes.

Já haviam sido designados cinco parlamentares por suas bancadas: Humberto Costa (PT-PE), Zezé Perrela (PDT-MG), Álvaro Dias (PSDB-PR), Fernando Collor (PTB-AL), além de Romário. Agora, o Bloco de Apoio ao Governo ganhou mais duas vagas (totalizando quatro titulares); a Maioria (PMDB e PSD) terá três titulares; Oposição (PSDB e DEM), dois; e o bloco da Democracia e o da União e Força (que reúnem, juntos, oito partidos), terão dois representantes, um para cada bancada.

O PMDB permanece na luta para ficar com a relatoria. Em termos de importância, o relator consegue produzir mais que o presidente de uma CPI. Porque ao presidente, compete a direção dos trabalhos e a representação da comissão em suas relações externas ao Congresso. A condução dos atos de investigação mantém-se sob controle do relator.

Ligação PMDB - CBF
A CBF tem um relacionamento muito próximo com o PMDB do Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) já manteve empregado em seu gabinete o atual diretor de assuntos legislativos da CBF, Vandenbergue Machado. Na época em que Renan foi ministro da Justiça, durante o governo Collor, Machado compunha a equipe ministerial em contato direto com o hoje presidente do Senado.

Ele é funcionário efetivo do Senado, seu nome foi citado com frequência quando da CPI da CBF, em 2001, e marca presença em toda e qualquer sessão cujo tema é futebol ou algum outro assunto relacionado. Foi ele quem escoltou Marco Polo Del Nero até o carro, do lado de fora da Câmara, após prestar depoimento na Comissão de Esporte, no início do mês, por mais de cinco horas.

Família Sarney
O PMDB no Senado ainda conta com Jader Barbalho (PA), que tinha proximidade com José Maria Marin, a quem já pediu para interceder pelo Remo, tradicional clube de Belém. E a legenda também conta com o maranhense João Alberto. O senador é mais um dos apadrinhados da família Sarney. Foi com o apoio do ex-presidente José Sarney que ele tornou-se governador do Maranhão, entre 1990 e 1991, também foi deputado federal pelo Estado. Nas eleições de 2006, era candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Roseana Sarney, que acabou derrotada nas urnas.

Mantém ligação estreita com Fernando, o segundo dos três filhos de José Sarney. Fernando é vice-presidente da CBF, aliado a Marco Polo Del Nero, diretamente interessado no andamento das investigações sobre a confederação. João Alberto foi cotado para presidir a CPI antes de o PMDB anunciar publicamente o interesse na relatoria.