Amor e ódio: Valdivia ganha torcida, mas briga com imprensa e Sampaoli
Se Lionel Messi não conseguiu a consagração na Copa América 2015, o outro camisa 10 da decisão do último sábado teve motivos de sobra para comemorar. Figura conhecida dos brasileiros, o meia Valdivia superou o fantasma das lesões para ser um dos comandantes do título inédito do Chile. Uma coisa, no entanto, o ex-jogador do Palmeiras não conseguiu afastar: a relação de amor e ódio que vivencia nos lugares por onde passa.
Foi assim durante a disputa do torneio continental. O polêmico jogador que sempre esteve longe de ser uma unanimidade escreveu mais um capítulo de sua carreira onde discussões e carinhos caminham juntos.
Por um lado, conquistou de vez a torcida de seu país. Sem desfalcar o time e mantendo um bom nível de atuações, Valdivia foi um dos mais festejados após a conquista do último sábado.
Durante toda partida contra a Argentina, bem como nos outros jogos decisivos, era saudado pelos chilenos que lotavam o estádio em Santiago.
“É um grande cara. Um jogador fora de série e um baita companheiro. Também merece muito este título”, disse o defensor Gary Medel.
A lua de mel com a torcida, assim como a liderança entre os companheiros, pôde ser vista durante a festa pelo título. Valdivia comandou os festejos em cima do ônibus que circulou pelas ruas de Santiago, provocou torcedores e seleção rival e liderou o grupo dentro do Palacio de la Moneda – casa do governo chileno.
Mas o semblante nem sempre era de felicidade e tranquilidade para o meia na Copa América. Quando precisava se relacionar com imprensa ou com o técnico Jorge Sampaoli, o sempre sincero Valdivia não escondia a insatisfação.
O atleta bem que tentou disfarçar no início do torneio. “Não tem nada disso. Só quero trabalhar tranquilo”, disse, quando questionado sobre o tumultudado relacionamento com o treinador.
Mas Valdivia não se conteve nos últimos jogos. Quando substituído, gesticulava muito e reclamava. Na decisão, no último sábado, foi ainda pior: xingou bastante e deu um chute na garrafa de água que o ofereceram e no banco de reservas quando foi sacado da final.
Na relação com a imprensa, o jogador nunca procurou ser diplomático. O meia não escondia a “birra” com aqueles que, segundo o próprio, o perseguiam. Mesmo campeão, não quis papo com os repórteres locais. Passou direto pela zona mista e foi para a comemoração. Com a torcida. Onde se sentia bem durante todo o tempo.
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