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Justiça dos EUA abriu investigação contra Del Nero, diz jornal

FBI vê indícios de propina em contrato comercial de CBF para Copa do Brasil  - Ed Ferreira/Folhapress
FBI vê indícios de propina em contrato comercial de CBF para Copa do Brasil Imagem: Ed Ferreira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

06/07/2015 09h48

A Justiça dos EUA abriu investigação para apurar supostas irregularidades na gestão de Marco Polo Del Nero na presidência da CBF. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. A publicação destaca que um dos pontos analisados pela FBI tem como alvo o contrato firmado pela CBF para exploração de direitos televisivos da Copa do Brasil.

De acordo com o Estado, a Justiça dos EUA vê indícios de corrupção no acordo desta competição. A Traffic detinha os direitos exclusivos da Copa do Brasil desde 1989. Mas a Traffic teria sido obrigada a compartilhar os direitos de transmissão com outra empresa (Klefer).

Para o período entre 2015 e 2022 (já sobe gestão Del Nero), a Klefer pagaria à CBF R$ 128 milhões. Para as duas empresas não entrarem em guerra, a Klefer teria informado o pagamento de propina a uma pessoa, ainda não identificada.

Segundo o jornal, essa propina teria de ser elevada a partir de 2012, quando entraria em cena dois dirigentes. A FBI investiga se essas duas pessoas seriam Del Nero e José Maria Marin. Atualmente preso, Marin assumiu a CBF em março de 2012.

A FBI conta com a delação de José Hawilla, líder da Traffic, empresa que por décadas respondeu pelos direitos comerciais de competições da CBF e Conmebol. Para não ser preso e ficar em prisão domiciliar nos EUA, Hawilla se prontificou a informar detalhes de transações comerciais, além de pagar US$ 25 milhões em multa à Justiça norte-americana.

Ausente na Copa América

Del Nero não acompanhou a delegação brasileira que participou da Copa América disputada no Chile. Desde que sete dirigentes da Fifa foram presos na Suíça, em maio, Del Nero tem evitado eventos esportivos.

Um dia após a detenção dos dirigentes em Zurique, o dirigente deixou a Suíça e retornou ao país, ficando fora da eleição presidencial da Fifa. Na ocasião, Del Nero negou que sua volta às pressas ocorreu por receio, destacando que decidiu retornar para acompanhar de perto a criação da CPI do Futebol, em Brasília.