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Fifa, CBF e uruguaios lamentam morte de Ghiggia, o herói do Maracanazo

Do UOL, em São Paulo

16/07/2015 20h01

O dia seria de festa para os uruguaios, mas acabou marcado pela tristeza de todo futebol mundial por conta da morte de Alcides Ghiggia, responsável pelo gol do título do Uruguai sobre o Brasil há exatos 65 anos. O uruguaio recebeu muitas homenagens no início da noite desta quinta-feira, vindas da CBF, da Associação Uruguaia de Futebol, da Fifa, do Penãrol e de jogadores, como Diego Lugano e Diego Forlán.

Segundo a CBF, o ex-jogador, ao longo dos últimos anos,  sempre respeitou a dor dos torcedores brasileiros. "Ghiggia se notabilizou pelo extremo respeito pela tristeza do povo brasileiro com a derrota. O futebol do mundo inteiro chora a sua partida", disse a entidade por meio de uma nota.

Já  zagueiro Diego Lugano agradeceu ao conterrâneo pelo título de 1950. "Tinha de ser em um 16 de julho o dia em que Alcides se foi deste mundo. Obrigado por regar nosso solo de glória. Lembrarei de você por toda a eternidade. Boa viagem, campeão", escreveu Lugano em uma rede social.

A Fifa também citou a coincidência de a morte ocorrer justamente no dia do Maracanazo. "Justo no dia em se comemoram os 65 anos do Maracanazo, 16 de julho de 2015, Alcides Edgardo Ghiggia, autor do gol da vitória uruguaia , faleceu aos 88 anos. A Fifa recorda seu caráter, talento e valentia, virtudes de um jogador envolvido", disse a entidade por meio de um texto no seu site. 

A Associação Uruguaia de Futebol (AUF) também lembrou do herói do bicampeonato mundial do país e suspendeu as atividades esportivas nos próximos três dias. "O Conselho Executivo expressa seu profundo pesar perante a irreparável perda do último grande campeão do Maracanã. Fica nossa afetuosa saudação à sua esposa e aos demais familiares", afirmou.

Ghiggia tornou-se herói uruguaio após marcar o gol da virada sobre o Brasil na decisão da Copa de 1950. O atacante balançou a rede do Maracanã a 11 minutos dom fim da partida, calando mais de 173 mil pessoas presentes ao estádio.

Apontado como vilão brasileiro, Ghiggia sempre mostrou respeito pelo Brasil. O uruguaio voltou ao Maracanã diversas vezes, no local onde, segundo ele mesmo, só três pessoas tinham calado os espectadores: Frank Sinatra, o Papa, além do próprio ex-jogador.

Antes da Copa 2014, Ghiggia voltou ao estádio e disse sonhar com uma final entre Brasil e Uruguai. "Ganhamos, eu e meus companheiros, aquela Copa e demos alegria ao nosso país. Mas lamento que tenha deixado o Brasil inteiro triste. Mas o Brasil se recuperou logo e depois venceu o Mundial em 1958", disse na ocasião.

O corpo de Ghiggia será velado nesta sexta-feira, a partir das 8h, em Montevidéu. No período da tarde, o velório ocorrerá no Palácio Legislativo. Ghiggia será enterrado em seguida, também na capital uruguaia.