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Neymar pai diz que Santos deve dinheiro a ele em venda do filho ao Barça

Pai de Neymar terá de explicar na Justiça transação do filho ao Barcelona - AFP
Pai de Neymar terá de explicar na Justiça transação do filho ao Barcelona Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

16/07/2015 14h20

O pai do jogador Neymar, do Barcelona, afirmou por meio de nota, nesta quinta-feira, que os 40 milhões de euros que recebeu do Barcelona são referentes a uma multa cobrada do time catalão e que ele não negociou os "direitos econômicos" ou os "direitos federativos" do jogador. E diz que o Santos deve dinheiro a ele.

"Para acabar por completo com a polêmica e dúvida que cercam os tão alardeados 40 milhões de euros, esclareço definitivamente os pontos do contrato que firmei em 2011 com o F.C. Barcelona, que em sua parte principal versa de forma clara e evidente que não transacionei “direitos econômicos” ou tampouco 'direitos federativos'", disse ele.
 
"Aliás, o Santos F.C., por cláusula expressa em contrato livremente pactuado, tem a obrigação de pagar uma comissão de 10% (dez por cento), calculado sobre todo os proveitos econômico obtidos com a transação para a Neymar Sports, mas até agora não o fez. Oportunamente estes valores serão cobrados. O atleta, por sua vez, respeitou todos os contratos enquanto tinha vínculo contratual com seu clube empregador. A NN Consultoria mantinha contrato com o Barcelona porque realizou uma transação de gestão futura dando-lhe a preferência, esportiva, econômica e de imagem, quando o contrato com o Santos terminasse, usufruindo de todas as vantagens comerciais e esportivas de tais condições. Não nos parece uma situação difícil de entender", afirmou.
 
Neymar pai também culpa o Santos de quebrar a promessa de não vender o seu filho antes do término de seu contrato, em 2014. Segundo ele, o clube aceitou a pressão da oposição política na Vila Belmiro e da mídia e, por isso, negociou o atacante em 2013.
 
"Ocorre, contudo, que antes que o meu filho se tornasse jogador livre, o Santos, pressionado pela oposição política interna, pela imprensa e pelo medo de deixar seu melhor atleta sair livre, sem receber qualquer compensação financeira, quebrou a promessa anterior e resolveu negociar, por valor que julgou justo e razoável, os direitos federativos que pertenciam ao clube com o próprio F.C. Barcelona, fato esse que ocorreu em maio de 2013 quando o Santos F.C. decide então vender o atleta pelo valor que bem entendeu, um valor significativo, aliás, já que restava somente 1 ano de contrato a ser cumprido".
 
Em decisão judicial proferida no fim do mês passado, o atacante e seu pai foram condenados a entregar toda a documentação da venda do atleta para o Barcelona ao fundo Terceira Estrela, que detinha 5% dos seus direitos econômicos.
 
As alegações do fundo são as mesmas do Santos e do Grupo DIS: receberam seus percentuais calculados sobre 17,1 milhões de euros, e não sobre os 86,2 milhões de euros que de fato foram desembolsados pelo Barcelona para contratar o atacante brasileiro.
 
Na decisão, a juíza Thaís Coutinho, da 11ª Vara Cível de Santos, considerou que “há robustas evidências de que o valor real envolvido na transferência do jogador tenha, de fato, sido ocultado pelos participantes diretos do negócio”, suspeitando fraude por parte do pai do jogador.
 
Caso consiga comprovar o valor real da transação, o Terceira Estrela teria direito a 4,45 milhões de euros: cerca de R$ 15 milhões.
 
O Grupo DIS também move ação pelo mesmo motivo: quer acesso aos documentos e acredita ter direito a 40% dos 89,2 milhões; o Santos, por sua vez, tinha os 55% restantes dos direitos econômicos, mas optou por recorrer à Fifa para tentar cobrar o que considera seus direitos.
 
Além disso, o pai de Neymar é investigado na Justiça espanhola por fraudes econômicas e fiscais na venda do atacante ao Barcelona. Há cerca de uma semana, foi aberta uma nova investigação, desta vez envolvendo o nome do próprio jogador.
 
No dia do anúncio do inquérito feito pela Justiça Espanhola, o Brasil enfrentou a Colômbia, pela Copa América. Na partida, Neymar perdeu a cabeça, se desentendeu com árbitro, tentou dar uma cabeçada em um adversário e acabou sendo expulso. Posteriormente, foi suspenso por quatro jogos pela Conmebol. Fora do restante da competição, deixou a delegação brasileira.