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Diretoria do São Paulo barrou compra de Dória por problemas financeiros

Proposta final por Dória foi de 6 mi de euros (R$ 20,9 mi) por 100% dos direitos - Adriano Vizoni/Folhapress
Proposta final por Dória foi de 6 mi de euros (R$ 20,9 mi) por 100% dos direitos Imagem: Adriano Vizoni/Folhapress

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

23/07/2015 11h00

A diretoria do São Paulo barrou na terça-feira (21), em reunião, a contratação do zagueiro Dória, do Olympique de Marselha, da França, devido ao momento financeiro delicado. Depois de ter duas ofertas recusadas pelos franceses, encaminhou-se um acordo pela contratação do jogador de 20 anos com proposta de 6 milhões de euros (R$ 20,9 milhões) por 100% dos direitos econômicos. O endividamento e o caixa vazio do clube, no entanto, fizeram com que a operação do departamento de futebol fosse vetada por parte da cúpula.

O São Paulo iniciou as conversas com o Olympique de Marselha oferecendo 5 milhões de euros (R$ 17,5 milhões) por 80% dos direitos econômicos do atleta. Após recusa, foram oferecidos os mesmos 5 milhões de euros por 60% dos direitos econômicos. Segundo apurou a reportagem, o clube francês indicou que só faria negócio se os direitos fossem comprados totalmente. A oferta final de 6 milhões de euros (R$ 20,9 milhões) por 100% dos direitos econômicos, então, foi encaminhada. A proposta salarial ao atleta foi de R$ 350 mil mensais.

A tendência, pelo que o São Paulo obteve de informações, era que a proposta fosse aceita, mesmo sendo proporcionalmente menor às anteriores. Apesar de não ter admitido abertamente, a verba para a contratação viria do diretor de marketing Vinicius Pinotti – ele nega –, mesmo que deu o aporte para a contratação do argentino Ricardo Centurión.

A diretoria são-paulina não falou abertamente sobre a participação de Pinotti porque temia receber notificação da Fifa por supostamente descumprir a nova lei válida desde 1º de maio que impede a participação de investidores em direitos econômicos de jogadores. Nesse molde, porém, Pinotti concederia um empréstimo ao clube e a verba seria destinada pelo departamento de futebol à contratação de Dória – o dirigente não teria qualquer participação nos direitos do atleta e o clube não descumpriria a norma da Fifa.

O problema atestado por parte da diretoria é que, em algum momento, o clube teria de pagar pelo empréstimo. E, neste momento, não é possível acumular mais uma dívida e, especificamente, tão grande. Neste ano o São Paulo chegou a dever quatro meses de direito de imagem aos jogadores e sofre agora com o descumprimento do pagamento ao Orlando City no empréstimo de Kaká. Além disso, o clube antecipou parte das receitas de contratos de marketing e televisão.

Sem a chegada de Dória, o saldo do último mês no elenco do São Paulo é a saída de seis jogadores e a chegada de apenas um reforço: Paulo Miranda, Denilson e Souza foram vendidos, Dória não ficou após o empréstimo, Ewandro foi emprestado ao Atlético-PR e Jonathan Cafu tem venda encaminhada ao Ludogorets, da Bulgária; o colombiano Wilder Guisao, atacante recomendado pelo técnico Juan Carlos Osorio, foi contratado por empréstimo de um ano.