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Blindar futebol e garantir ascensão. Os desafios do Fla na guerra política

Bandeira de Mello (e) e BAP (d): lados opostos na eleição do Flamengo em dezembro - Pedro Ivo Almeida/UOL
Bandeira de Mello (e) e BAP (d): lados opostos na eleição do Flamengo em dezembro Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/07/2015 06h10

O Flamengo tem um desafio ingrato pela frente. A guerra política tomou conta dos bastidores para a eleição presidencial de dezembro justamente no momento em que o time ensaia reagir na temporada. Blindar o futebol e garantir a ascensão consistem nos desafios da diretoria comandada por Eduardo Bandeira de Mello.

Embora o elenco profissional trabalhe no longínquo CT Ninho do Urubu e não vivencie o dia a dia da Gávea, o impacto do que acontece nos corredores da sede social chega aos dirigentes e jogadores. A preocupação com o principal cargo do clube ocorre por conta das incertezas sobre o futuro.

O apoio de Zico a Wallim Vasconcellos, revelado na última sexta-feira (24) pelo UOL Esporte, causou impacto na Gávea e nos integrantes da Chapa Azul que permanecem ao lado do atual presidente. A maioria dos envolvidos no processo apostava que o Galinho esperaria um pouco mais para se posicionar.

A manifestação a favor do grupo liderado por Luiz Eduardo Baptista, o BAP, ex-vice-presidente de marketing, era até uma derrota esperada, mas que veio cedo demais para a atual gestão. Minimizar a interferência do caso nos bastidores do futebol tornou-se primordial no momento.

É comum grandes clubes sofrerem meses antes das eleições. A rivalidade invade a sede e chega perto das quatro linhas. A situação já aconteceu no próprio Flamengo, mas o fato de o time treinar em Vargem Grande, local com acesso permitido apenas para profissionais e imprensa, facilita o trabalho dos dirigentes.

O pleito do Vasco em 2014 é o exemplo mais recente do que o Flamengo deseja evitar. O clima eleitoral refletiu diretamente em campo. Durante a reta final da Série B, os ânimos esquentaram e a principal torcida organizada do clube precisou ser separada por um cordão de isolamento da Polícia Militar nos jogos.

Confrontos ocorreram entre grupos rivais na campanha e o ex-técnico Adilson Batista chegou a admitir que era difícil blindar o elenco do ambiente. É tudo o que o Rubro-negro não quer no momento.