Rivais na venda de Neymar travam novo duelo em negócio com o Inter
Grupo DIS de um lado e André Cury de outro. Foi assim na venda de Neymar para o Barcelona e está sendo do mesmo jeito na saída de Aránguiz do Internacional. Adversários na transferência do camisa 11, dois anos atrás, a dupla trava uma nova batalha. Desta vez com placar parcial inverso ao visto no negócio anterior. O fundo de investimentos já encaminhou acordo com o Leicester City, da Inglaterra e deixou o procurador contra a parede.
Em 2013, Cury ajudou Neymar a fechar acordo com o Barcelona e ganhou status de vilão junto aos 'vencidos'. A polêmica transferência é tratada como o mais duro golpe na história do Grupo DIS – do empresário Delcir Sonda. A relação do investidor com o Inter, contudo, inverteu as peças no tabuleiro.
O Grupo DIS afirma ter recebido apenas uma proposta, a do Leicester City (apresentada pelo empresário Jorge Machado) e sequer reconhece o interesse do Bayer Leverkusen. O time alemão, que se mostrou otimista no negócio, é representado por André Cury.
“Muita gente fala e me pergunta de uma oferta do Bayer, mas não recebemos nada. A única proposta no papel, com documento oficial, é do time inglês e ela é muito boa”, disse Roberto Moreno, presidente do Grupo DIS. “Eu levei a proposta do Bayer ao Inter, houve um primeiro contato e o presidente (Vitorio Piffero) pediu um valor melhor. Já foi aumentado o valor. Se o jogador sair do Inter, será para o Leverkusen e ponto final”, rebate Cury.
Nenhum dos dois lados admite, mas a relação não é nada amistosa. Com direito a troca de indiretas nos bastidores e queda de braço por maior influência no negócio.
O reencontro dos adversários ocorreu no ano passado. Fernando Felicevich, empresário de quase todos os jogadores da atual seleção chilena, deu procuração a André Cury para negociar no Brasil. O empresário ofereceu Aránguiz ao Inter e foi importante na ponte entre o agente estrangeiro e o conglomerado que controla Granada-ESP, Udinese-ITA e Watford-ING (que detinha os direitos econômicos do volante). O Grupo DIS entrou pelo outro lado da operação: bancando os milhões necessários para que o Colorado efetivasse a preferência de compra. À época ficou definido que o Beira-Rio seria uma espécie de ‘território neutro’ para controlar ânimos e tocar a relação adiante.
“A relação (com o Grupo DIS) não é ruim... É que os caras não entendem de futebol e aí ficam falando e falando. Falam de valores e tal, mas o jogador não quer ir (para o Leicester City)”, declarou Cury. “Nos falamos com frequência, o que passou está lá atrás. Mas não vamos fazer um negócio que prejudique o parceiro. A proposta que contempla o pedido, a única proposta, é a do time inglês e não vejo como o Aránguiz não aceitar”, contrapôs Moreno.
Dono de 50% dos direitos econômicos de Aránguiz, o Internacional tem 48 horas para se reunir com o volante e ouvir sim ou não dele para a proposta salarial do Leicester City: mais de R$ 900 mil por mês (atualmente ele recebe cerca de R$ 240 mil). O Bayer Leverkusen, com André Cury, ainda tentará cobrir a oferta para dar uma reviravolta no caso. A batalha é tão acirrada que, dependendo do lado, tem prazo diferente para terminar. A única certeza é que o jogador não seguirá no Beira-Rio.
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