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De malabarista a goleador: C. Ronaldo faz 91% dos gols dentro da área

Do UOL, em São Paulo

04/08/2015 06h00

Para quem viu Cristiano Ronaldo despontar no futebol no Sporting de Portugal e se firmar como um dos maiores jogadores do mundo no Manchester United, é notável uma metamorfose em seu estilo de jogo no Real Madrid.

Se antes ele destoava como “malabarista”, com dribles desconcertantes e jogadas pelos lados do campo, agora chama a atenção pela eficiência como finalizador.

Na temporada passada, Cristiano Ronaldo marcou 61 gols. Entre eles, segundo levantamento do jornal Marca, 56 foram anotados dentro da área: 91,8%. Desse montante, CR7 balançou as redes 14 vezes na pequena área e mais 42 vezes na grande área. De resto, sobram cinco gols de fora.

A transformação no estilo de jogo de Cristiano Ronaldo começa pela posição que ele ocupa em campo, passa pelo seu amadurecimento técnico e resulta em números de gol a cada ano.

Até chegar a Madri, CR7 atuava como ponta numa linha de quatro jogadores no meio-campo, quase sempre com dois atacantes à frente - Tevez e Rooney, por exemplo, no Manchester United. Foi assim que ele foi campeão da Champions League e do Mundial da Fifa em 2008.

Com a camisa do Real, o craque português assumiu de vez o gosto pela grande área. Deixou a linha de quatro no meio, na qual muitas vezes tinha obrigações táticas, para jogar como segundo atacante, entrando pelas diagonais com velocidade em busca do gol.

Outros dois quesitos mostram a mudança pela qual passou o craque português ao longo dos últimos anos. Hoje, para fazer mais gols, ele joga com menos toques na bola. Com efeito, dos seus 61 gols na última temporada, nada menos que 38 foram de primeira – mais de 62%. Entre os quais 17 de cabeça e 13 em penalidades.

O pênalti é o outro quesito importante nessa conta. Se é verdade que Cristiano Ronaldo é o atacante que tem mais chances na marca da cal, é tão verdade quanto que ninguém como ele as converte tão bem. Foram 13 gols em 16 penalidades na temporada passada – aproveitamento superior a 80%.

Todos esses números, porém, podem ser resumidos num epíteto: Cristiano Ronaldo se transformou numa máquina de gols. Além de fazê-los em 91% das vezes de dentro da área e em 62% com apenas um toque na bola, o gajo marca de todos os modos. De perna esquerda, direita, de peito, ombro, coxa, calcanhar, cabeça, de pênalti, bate-pronto e com dois toques – domina e chuta. E também em todos os lugares, uma vez que 30 de seus 61 gols pelo Real Madrid em 2014/15 foram assinados fora de casa.

É claro, por fim, que o drible rápido em espaço reduzido e a arrancada veloz em contra-ataque continuam sendo armas mortais de CR7. Mas que o craque deixa na manga e lança mão cada vez com mais maturidade e em doses homeopáticas. Quem se lembra daquele malabarista circense do início da carreira, pode estranhar o caçador frio e certeiro em que o português se transformou. Pelo que cabe perguntar: qual a melhor versão de Cristiano Ronaldo?