Dívida do Vasco até por água faz Eurico disparar contra Dinamite

O presidente do Vasco, Eurico Miranda, convocou uma entrevista coletiva nesta terça-feira onde se defendeu das críticas à atual administração apresentando dados referentes à supostas dívidas milionárias deixadas pela gestão anterior, comandada por Roberto Dinamite. O cartola acusa o ex-jogador de aumentar o déficit do clube de R$ 192 milhões para R$ 608 milhões. Entre as pendências, negociações por atletas não cumpridas e até calotes para o pagamento de água,  o que o levou a contratar uma empresa de auditoria interna.

“Como comparação, o Vasco não pagava água. Pagava carro-pipa. E, depois, não pagava o carro-pipa. Isso levou o Vasco, hoje, a fazer um acordo com a Cedae de R$ 10 milhões. Esta é a única e real justificativa pela qual não trouxemos mais jogadores para o Vasco. Nós tivemos que assumir o que estava aqui. Temos cobranças do Nacional (COL) pelo Montoya, do Málaga (ESP), pelo Sandro Silva, do Benfica (POR), pelo Eder Luis, da federação paraguaia, pelo Benítez (meia paraguaio que atuou em 2009), do Libertad (PAR), pelo Guiñazú, do Tenório (atacante equatoriano que jogou em 2012)...”, enumerou.

Eurico ressaltou que, num primeiro momento, era contra o auxílio de uma auditoria, mas que acabou se convencendo da necessidade em função da gravidade financeira do clube.

“Isso levou a decidirmos que vamos contratar uma auditoria de peso. Podem indagar: por que não logo que chegou? Eu não queria. Sempre defendi que as coisas do Vasco tinham que ser resolvidas internamente. Mas chegou a um ponto tal que precisa ser contratada uma auditoria para trazer a público a real situação que o Vasco se encontra”, justificou.

Apesar das dificuldades, o presidente do Vasco garantiu que esforços estão sendo feitos para o cumprimento do pagamento das dívidas.

“Já pagamos mais de R$ 30 milhões em dívidas. Encontramos três meses de salários atrasados, oito meses de ajuda de custo da base atrasados... Em relação ao patrocínio da Caixa Econômica Federal, havia um problema: tivemos que cumprir muitas obrigações e a principal foi pagar um imposto para obter as certidões negativas de débito. Mas o importante era a lista de obrigações que não se cumpriu”, disse.

Eurico foi além e não se intimidou em criticar duramente Roberto Dinamite:

“Tem que ficar muito claro que houve aqui uma administração irresponsável. Estou indo devagar para não dizer que foi criminosa. Por enquanto, é irresponsável. Ele não tem a menor condição de dar opinião sobre Vasco. O que ele fez no Vasco foi crime”.

Cartola nega racha na diretoria e defende o filho
O clima ruim entre a diretoria, evidenciado em reportagem do UOL Esporte nesta terça-feira, foi negado por Miranda. O dirigente avaliou que divergências internas são algo natural.

“Toda a diretoria está aqui. Acho que não estariam se houvesse divergência. Aliás, divergir é a coisa mais natural. A gente discute. Quando a gente decide, decide sem divergência”, destacou.

O presidente cruzmaltino também saiu em defesa do filho Eurico Brandão, o Euriquinho, apontados por muitos como um dos principais pivôs da crise.

“Meu filho é benemérito do Vasco. Ele prestou, presta e vai continuar prestando serviço ao Vasco. Ele nunca recebeu um centavo do Vasco. Não sei se ele deu sorte ou se não deu sorte de ser meu filho. Tem o ônus e o bônus. Ele está sabendo sair desta situação. Precisa ficar muito claro”, disse.