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Santos paga 14 folhas salariais em 7 meses e abate dívida de R$ 393 milhões

Grande parte da dívida foi deixada pelo ex-presidente, Odílio Rodrigues Filho - Samir Carvalho/UOL Esporte
Grande parte da dívida foi deixada pelo ex-presidente, Odílio Rodrigues Filho Imagem: Samir Carvalho/UOL Esporte

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

06/08/2015 06h00

A crise financeira do Santos não é novidade para ninguém. Recentemente, o clube pagou os atrasos de salário em CLT [Consolidações das Leis de Trabalho] para escapar da mira do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo [Sapesp], que enviou ofício ao STJD para que o clube paulista perca pontos no Campeonato Brasileiro em virtude de atrasos.

Apesar de quitar a CLT, o Santos está prestes a completar três de direitos de imagem aos atletas. A dívida parece ser interminável na Vila Belmiro. Esforços não faltam para os dirigentes do clube. O presidente Modesto Roma e companhia pagaram 14 folhas salariais em sete meses.

O pagamento de duas folhas salariais por mês ocorre devido à “herança” deixada pelo antigo presidente, Odílio Rodrigues.

O UOL Esporte teve acesso ao documento de auditoria realizado no primeiro semestre deste ano no Santos. A dívida chega a R$ 393 milhões, sendo que R$ 190 milhões foram vencidas a curto prazo.

Somente em 2015, o Santos pagou quase R$ 60 milhões em dívidas, somando o “rombo” deixado pela ex-diretoria e os gastos atuais com fornecedores, bancos e folhas salariais.

Para minimizar a crise, o Santos reduziu o valor da folha salarial pela metade – de R$ 6 milhões para R$ 3 milhões – somando o departamento de futebol e administrativo do clube. O curioso é que o quadro de funcionário aumentou de 330 para 390 empregados.

Além disso, o Santos obteve um empréstimo de R$ 8 milhões do Banco BMG, que colaborou para o pagamento dos atrasados. No entanto, a maior parte desta verba foi utilizada para quitar a dívida com Robinho, que não recebia direitos de imagem há oito meses.

Com a liberação de atletas, incluindo os jogadores que acionaram o clube na Justiça – Aranha, Eugênio Mena, Arouca e Leandro Damião, o Santos economizou mais de R$ 2,5 milhões mensais.

Leandro Damião, emprestado ao Cruzeiro, foi a maior economia programada da diretoria santista, mesmo o clube paulista ainda desembolsando R$ 250 mil mensais. Isso porque o centroavante recebia R$ 700 mil de ordenado na Vila Belmiro. R$ 700 mil, aliás, é a economia mensal que o Santos fez com as saídas do zagueiro Edu Dracena e do volante Arouca. Os dois recebiam cerca de R$ 350 mil mensais.

A lista de economia é extensa. Mena ganhava R$ 270 mil por mês, enquanto Aranha recebia R$ 180 mensais. Até com Alan Santos, o clube economizou. O jovem volante que se transferiu para o Coritiba recebia R$ 80 mil por mês.

Sem programar, a maior economia foi com Robinho, que ganhava R$ 1 milhão por mês. O clube paulista tentou manter o ídolo oferecendo R$ 900 mil mensais, mas ele preferiu se transferir para o futebol chinês.