Topo

Andrés torce por venda de Pato e admite descaso com categorias de base

Dirigente tenta recuperar investimento, mas não descarta novo empréstimo de atacante - Vagner Magalhães/UOL
Dirigente tenta recuperar investimento, mas não descarta novo empréstimo de atacante Imagem: Vagner Magalhães/UOL

Do UOL, em São Paulo

24/08/2015 14h24

Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e atual superintendente de futebol do clube, torce pela venda de Alexandre Pato ao futebol europeu ainda em 2015. Em entrevista ao programa ‘Donos da Bola’, da Rede Bandeirantes, o dirigente demonstrou a intenção de recuperar parte dos R$ 40 milhões investidos pelo clube na compra dos direitos do então jogador do Milan no início de 2013.

O atacante está emprestado ao São Paulo até o final de 2015. Quando se reapresentar, segundo Andrés, Pato será recebido normalmente para atuar. Mas um novo empréstimo do jogador a outro clube não está descartado, caso o atacante não tenha condições de atuar.

“Para nós, hoje, seria melhor vender o Pato. No fim do ano, o Pato tem que se apresentar no Corinthians. ‘E se ele não tiver condição de jogar no Corinthians?’ A gente empresta ele para o Bragantino”, disse Andrés. “Eu considero ele um dos cinco melhores jogadores do mundo na posição. Ele não deu certo antes no Corinthians por uma série de condições. Não vamos deixar ele treinando separado por picuinha”, completou.

O dirigente ainda admitiu falta de cuidado com as categorias de base nos tempos em que comandou o clube, entre o fim de 2007 e o fim de 2011. Segundo ele, o momento exigia maior atenção com a equipe profissional, que disputou a Série B do Campeonato Brasileiro em 2008.

Confira declarações de Andrés Sanchez na entrevista:

Descaso com a base
“O que me irrita no futebol é aquilo de ‘Andrés tem esquema’, ‘Andrés não sei o quê’. Eu fiquei 15 anos trabalhando na base. A base é o lugar mais difícil de um time de futebol. Tem pai, mãe, avó, namorada, amante, tio, primo para pagar. Depois da Lei Pelé, tem todo esse problema dos direitos econômicos. Como presidente, não fui nenhuma vez na base, não tenho vergonha de dizer. Estava sem grana, cheio de problema no clube. O Roberto (de Andrade, atual presidente) está fazendo mais do que eu fiz. Agora, o CT sendo transferido para o lado do profissional, vai mudar 90% da relação e vai ter um uma discussão maior. O amador é contratação todo dia, renovação todo dia.”

Caso Fabrício Oya (leia mais)
“A parte econômica do atleta era um ativo do clube – lógico que procurando ficar no minimo com 50%. Isso era um ativo para fazer dinheiro. Hoje tem jogador com 16 anos para fazer contrato. Chega pai, empresario, avó, e o empresário pede uma fortuna. O moleque com 16 anos no juvenil, com 17 vai para o júnior. Se não der mais 20 (mil reais), não renova. E o que o time faz? Tem que dar o possivel. O clube tem que ficar com no minimo 50% (…). Infelizmente são atletas, são seres humanos, mas é business.”

Tecnologia no futebol
“Eu acho que deve ser discutido, mas sou contra. Se fosse tão importante para o futebol, mundial, a Inglaterra – que é um dos mais ricos hoje – já teria feito. Uma das grandes paixões do futebol é a discussão do dia seguinte. É isso que faz do futebol uma das grandes paixões do Brasil e do mundo.”

Arbitragem
“Em primeiro lugar, por princípio, sou contra tecnologia no futebol. Entendo que nós – jogadores, treinadores, dirigentes – temos que ter mais responsabilidade e respeito com o torcedor. Tentar cavar falta, isso tem que parar um pouco.”

Corinthians é zebra?
“Favorito é o Atlético-MG, o São Paulo, o Palmeiras e o Grêmio.”