Caso de polícia: ex-diretor do Fla orquestrou boato contra Romarinho
A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou os responsáveis por criar e espalhar uma notícia falsa envolvendo os jogadores Romarinho, Diguinho e Bernardo – os dois primeiros do Vasco, e o último do Ceará. Trata-se de Clement Izard, ex-diretor de patrimônio do Flamengo.
De acordo com inquérito concluído pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), Clement, juntamente com outras cinco pessoas – sendo dois menores –, foi o responsável por veicular em redes sociais e grupos de comunicação (WhatsApp) uma suposta notícia atribuída ao UOL descrevendo o falso relacionamento homoafetivo entre os jogadores Diguinho e Bernardo.
O ex-diretor do Fla e seus parceiros ainda criaram uma falsa conversa de WhatsApp envolvendo o atacante Romarinho, onde o atleta confirmava o caso.
A partir de um boletim de ocorrência registrado pelas vítimas no final de julho, a DRCI descobriu um grupo de Whatsapp criado para divulgar informações falsas, chamado “FAKE FLA-TT”.
“Em tempos de humanização do uso das redes sociais, é inconcebível que as pessoas se utilizem covardemente da internet a fim de praticar crimes. Mais lamentável ainda que o crime tenha sido cometido por um ex-diretor do Clube de Regatas do Flamengo, com o intuito de injuriar atletas, jornalista e abalar uma instituição rival. Pior ainda é ver ainda que o mentor de tudo envolveu e incentivou menores. O trabalho da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática foi imprescindível para que situações como esta não voltem a ocorrer e os autores sejam punidos exemplarmente na forma da lei", disse Pablo Andrade, advogado das vítimas.
De acordo com inspetores e delegados envolvidos na investigação, o fato foi apresentado à Justiça, que agora dará prosseguimento ao caso. Investigados, os acusados – maiores de idade – podem pegar pena de até 10 anos de reclusão por crimes como corrupção de menores, formação de quadrilha, injúria e falsa identidade.
Após a publicação da matéria, o advogado de Clement, Bruno Saccani, entrou em contato com o UOL para defender o cliente na história. Contrariando o inquérito que a reportagem teve acesso, ele disse não haver provas que seu cliente criou ou vazou a notícia falsa, salientando ainda que Clement tem ajudado nas investigações. A DRCI, no entanto, diz o contrário, concluindo que o ex-diretor do Flamengo foi, sim, um dos responsáveis por orquestrar e espalhar o boato.
A Polícia Civil ainda soltou uma nota sobre o caso: “A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) indiciou quatro maiores e dois menores apontados como autores da divulgação de falsas informações envolvendo jogadores de futebol, em um aplicativo de celular. Os maiores irão responder por injúria, formação de quadrilha e corrupção de menores e os menores por fato análogo a injúria e formação de quadrilha. De acordo com o delegado titular da especializada, Alessandro Thiers, as investigações começaram quando as vítimas, três jogadores e um jornalista, procuraram a unidade para registrar ocorrência. Durante as investigações, os agentes descobriram que um ex-diretor de um clube de futebol teria pedido a um dos menores para que a notícia fosse espalhada por mensagens na internet. Ainda segundo o delegado, o adolescente alterou a foto de seu perfil no aplicativo e colocou a de um jogador, criando um diálogo fictício para tentar dar veracidade ao boato e, em seguida, uma notícia falsa atribuída a um jornalista”.
*Atualizada em 28/08/2015, às 15h50
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