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De melhor do mundo a professor: como Kaká vai ajudar Dunga na seleção?

Kaká e Neymar treinam junto a seleção brasileira, nos Estados Unidos  - Leo Correa/Mowa Press
Kaká e Neymar treinam junto a seleção brasileira, nos Estados Unidos Imagem: Leo Correa/Mowa Press

Danilo Lavieri

Do UOL, em Nova Jersey

01/09/2015 06h01

Ricardo Izecson dos Santos Leite, 33 anos, jogador do Orlando City. Aparentemente, o atleta pode até parecer despercebido, mas esse é o nome de uma das principais apostas de Dunga para o recomeço da seleção brasileira após a segunda eliminação seguida: o vexatório 7 a 1 na Copa do Mundo e a menos traumática queda diante do Paraguai, na Copa América.

Kaká prefere não fazer planos para o futuro distante e segue no caminho certo ao destacar que poderá dividir a liderança do grupo com Neymar e que seu trunfo no time será passar experiência aos demais. Na Copa do Mundo da Rússia, ele terá 36 anos. 

Na seleção brasileira que se prepara para enfrentar a Costa Rica e os Estados Unidos, nos próximos dia 5 e 8 de setembro, ele tem cumprido o papel de ser o professor da turma. Já foi assim nas entrevistas e dentro de campo no primeiro treino com Dunga nesta semana, na última segunda-feira (31).

"Estou muito feliz de estar aqui de novo. O que mais posso passar é experiência. A gente mostra isso no comportamento. Ainda não sei os planos do treinador para mim, mas sei que poderei ajudar muito aqui dentro", afirmou o jogador.

Kaká com o prêmio Bola de Ouro de 2007 - Jacques Brinon/AP - Jacques Brinon/AP
Kaká comemora o título de melhor do mundo
Imagem: Jacques Brinon/AP


HISTÓRIA NA CARREIRA

E experiência ele tem de sobra. O meia já passou pela alegria de ser campeão do mundo em 2002, pela decepção de cair com a seleção mais favorita da competição, em 2006, e de ser apontado como estrela e ocupar o espaço de coadjuvante de Elano, em 2010, já comandado por Dunga.

Formado nas categorias de base do São Paulo, ele se destacou pelas arrancadas e chegou a ser comparado por Carlos Alberto Parreira a um dos melhores meio-campistas da história do país: "Kaká é daqueles que surgem a cada 20 anos, como foi o Zico", destacou no início dos anos 2000 o ex-técnico da seleção brasileira. No Morumbi, quando surgiu, foi apontado como o sucessor de Raí.

Seu papel de protagonista teve o auge em 2007, quando foi eleito melhor do mundo atuando pelo Milan e desbancou nada mais nada menos do que Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. No ano seguinte, foi eleito pela revista norte-americana Time como uma das 100 pessoas mais influentes do planeta.

24.jun.2015 - Kaká comemora ao marcar um gol na vitória do Orlando City sobre o Colorado Rapids pela MLS - AP Photo/John Raoux - AP Photo/John Raoux
Kaká comemora ao marcar um gol na vitória do Orlando City
Imagem: AP Photo/John Raoux


PAPEL NA ATUALIDADE

Hoje, ele sabe que as arrancadas não são mais as mesmas. Atuando como um dos principais embaixadores da MLS, a crescente competição de futebol dos Estados Unidos, ele é rodeado por fãs em todo momento que aparece. Sabe também como reagir à decepção, como por exemplo na não muito bem sucedida passagem pelo Real Madrid.

Nos bastidores da seleção, exerce o papel de líder. Explica como funcionam as coisas vestindo a amarelinha, ameniza a pressão e também lidera algumas brincadeiras com os atletas. Até na religião, o evangélico assumido pode ser considerado um líder para os que compartilham do mesmo credo. 

Dentro de campo, ele ainda pode ser um dos possíveis substitutos para Neymar nos dois primeiros jogos das Eliminatórias. O atacante do Barcelona não poderá enfrentar o Chile e a Venezuela por causa da suspensão após o ato de indisciplina na Copa América.