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Disputa política e receita limitada atrasam uso de R10 por marketing do Flu

A única ação de marketing promovida pelo Fluminense com Ronaldinho foi a apresentação - Divulgação/Flickr/Fluminense
A única ação de marketing promovida pelo Fluminense com Ronaldinho foi a apresentação Imagem: Divulgação/Flickr/Fluminense

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/09/2015 06h00Atualizada em 05/09/2015 12h03

Contratado pelo potencial dentro e fora de campo, Ronaldinho Gaúcho tem sido pouco utilizado pelo departamento de marketing do Fluminense até aqui. Além do rendimento ainda abaixo do esperado, a situação tem dois motivos principais: a disputa política que envolve o setor, com direito a trocas recentes no comando e o pouco orçamento disponível para ações mais complexas.

O posto de vice presidente de marketing é ocupado desde o começo de agosto por Leonardo Lemos, representante da Flusócio, grupo político do qual faz parte o presidente Peter Siemsen e que considera o cargo como estratégico na administração tricolor. Não à toa, a corrente tinha um integrante na pasta até abril do ano passado, Idel Halfen.

O interesse do grupo político no marketing deixou a pasta como campo minado para seus ocupantes. Após a saída de Halfen, então já licenciado da corrente, a Flusócio endossou a indicação da presidência e confirmou Marcello Gonçalves para o cargo. Os resultados, no entanto, não convenceram e os aliados do presidente acabaram virando críticos ferrenhos do antecessor de Leonardo Lemos. As três trocas em 17 meses dificultaram a organização de planos do setor.

Nos dias que sucederam a chegada de Ronaldinho, em julho, o marketing sofreu uma reformulação. O gerente Dilson Motta e o vice presidente Marcello Gonçalves deixaram o clube, enquanto o diretor Marcone Barbosa e o novo vice, Leonardo Lemos, chegaram às Laranjeiras. Com isso, os planos ainda iniciais em relação ao camisa 10 ficaram travados.

O orçamento limitado do departamento também foi alvo de crítica dos dois últimos responsáveis pela pasta, Idel Halfen e Marcello Gonçalves. A expectativa é que isso possa mudar com a melhora financeira do clube, mas as ações ainda seguem raras nas Laranjeiras.

Não só o uso de Ronaldinho Gaúcho tem sido atrasado por esses dois fatores. O Fluminense passou quase um ano reformulando seu plano de sócio torcedores, mas mudou toda a diretoria da área três meses depois sem conseguir organizar uma estratégia de divulgação para a nova fase do projeto, visto como prioridade nas Laranjeiras.

Até aqui, Ronaldinho vestiu a camisa do Fluminense em seis oportunidades, três derrotas e três vitórias. Ainda discreto e em busca da forma ideal, o camisa 10 foi poupado pela terceira vez na partida com o Corinthians. Ele já havia ficado fora do duelo com o Joinville, pelo Campeonato Brasileiro, e do segundo jogo com o Paysandu, pela Copa do Brasil.

A última exibição de Ronaldinho, contra o Atlético-MG, acabou irritando até mesmo a torcida tricolor, que sempre se mostrou entusiasmada com o camisa 10. Na ocasião, ele rendeu mal mesmo após ficar uma semana sem atuar apenas para aprimorar sua forma. O duelo com o ex-time e maior rival tricolor é a chance ideal para o craque reconquistar a confiança da torcida.

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