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Messi é perseguido no próprio país por comentarista desafeto

Do UOL, em São Paulo

07/09/2015 06h00

Lionel Messi encanta a todos no Barcelona e é considerado o melhor jogador do mundo. Mais que isso. Suas jogadas incríveis, seus dribles perfeitos e belos gols o alçaram ao seleto patamar dos melhores da história do futebol. Mas nem todos endeusam o craque argentino e ele tem um desafeto em seu próprio país.

Leo Farinella é diretor do diário Olé, o principal jornal esportivo da Argentina, e é crítico ferrenho de Lionel Messi. O mau desempenho do atacante na Copa do Mundo de 2014 e na Copa América deste ano, após a Argentina perder as finais para a Alemanha e o Chile, respectivamente, fizeram Farinella perder a paciência e carregar nas críticas.

Os golpes mais duros foram após a decisão da Copa América, em que o Chile comemorou o título em casa com uma vitória nos pênaltis por 4 a 1. De fato, Messi teve atuação apagada e deu apenas um chute a gol, mostrando que poderia render muito mais. Mas Farinella não economizou na tinta e escreveu uma artigo para o Olé em que diz que o craque não deveria nem usar a faixa de capitão.

“Está mal colocada a faixa de capitão. Terminamos com isso. O melhor jogador do mundo não nos representa em momentos importantes”, diz ele. “Quando o seu melhor jogador, o melhor do mundo, olha para baixo e quer entrar debaixo da terra, se esconde no subterrâneo que o leva a um lugar distante, debaixo de uma estação de metrô sem nome e fica parado olhando outra vez o trem que passa e vai embora... O trem passou outra vez em uma final”, escreveu na publicação.

“Sua atuação de ontem foi ultrajante. Há vezes em que se pode jogar bem, outras não. Mas nunca se pode caminhar em campo e ter um caminhar ausente enquanto os companheiros lutam. Ser o melhor não dá só direitos. Dá também obrigações”.

A dura coluna gerou manifestações até de colegas de profissão. O também jornalista argentino Andy Kusnetzoff respondeu o editorial e defendeu Messi em seu programa de rádio FM Metro e afirmou que Farinella dá vergonha.

Pouco após a final, Farinella destilou ainda mais seu veneno. Ele participou de uma mesa redonda no canal Tyc Sports e foi mais incisivo ao falar de Messi. O jornalista gesticulou bastante, aumentou o tom de voz e ficou bastante exaltado. Disse que se cansou e esbravejou frases fortes como “Tem que tirar o Messi. Aqui corremos os onze, se não não joga”.

O diretor do Olé ficou nervoso também com a apatia de Messi na final do torneio sul-americano. “Quero que jogue, quero que pareça que ele se importa. Quero que no campo demonstre que é um homem. Isso eu quero do meu capitão. Não quero que seja um tipo que se esconda, que olha pro chão”, disse. “Messi caminhou no campo na final, caminhou no campo na final, segunda final em um ano”, gritou antes de finalizar. “O jogador que joga mal a final não é digno de seleção. É simples”, disse.

Um ano antes, o desempenho do atacante na final da Copa do Mundo do Brasil, quando a Alemanha venceu a Argentina por 1 a 0 e Messi também não foi decisivo com apenas três ou quatro chutes a gol, já havia sido alvo de Farinella.

Logo após o Mundial, ele deu entrevista a um canal de televisão argentino analisando a campanha de Lionel. “Messi jogou a primeira rodada bastante boa, jogou aceitavelmente as oitavas e as quartas, sem tanto brilho, mas se esforçando sempre pela equipe, mas desapareceu no momento que mais tem que aparecer o melhor jogador do mundo. Nem na semifinal, nem na final vimos o Messi como era necessário. Claro que sempre vai ter um ou dois homens em cima dele, mas quando se é o melhor jogador do mundo tem que abordar outra coisa”, afirmou, na ocasião.