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Osorio diz que não confia na diretoria do SP e admite conversa com México

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

25/09/2015 12h49

Juan Carlos Osorio falou nesta sexta-feira no CT da Barra Funda e pela primeira vez admitiu que houve conversas com a Federação Mexicana para assumir a seleção nacional. Durante a entrevista, Osorio foi questionado se confia na diretoria do São Paulo, e respondeu:

"Pelo que fizeram com o elenco e com os desfalques, não".

Sobre a seleção mexicana, o técnico também abordou pela primeira vez o fato de que não tem multa rescisória em seu contrato e que, por isso, se sente no direito de "tomar decisões", uma vez que não receberá indenização se demitido. O treinador mais uma vez ressaltou sua vontade de disputar uma Copa do Mundo e falou que o México pode lhe oferecer isso.

"Por razões estritamente de futebol quero ficar aqui, tenho coração aqui e o que mais me preocupa é escalar um bom time para ganhar do Palmeiras e do Vasco. Agora, você não busca oportunidades. Oportunidades chegam. Como seleção, tivemos muito boas ofertas de seleção e dissemos que não. México é seleção de elite, com grandes possibilidades de ir à Copa do Mundo. Eu quero ir para a Copa do Mundo. Não posso dizer que não houve conversas",  falou Osorio, que pediu permissão para responder em espanhol, em tom assertivo, logo na primeira resposta da entrevista coletiva.

"Você sabe, como todos, que quando perdemos 3 jogos seguidos me perguntaram se eu tinha medo do meu futuro. Agora, meu contrato não tem uma segurança, uma cláusula, que se me demitam irão me indenizar financeiramente. Então acho que eu também tenho direito de tomar minhas decisões", completou.

O treinador fez questão de ressaltar que nunca se ofereceu para os dirigentes da Federação Mexicana de Futebol, mas que o interesse tem lhe deixado inquieto.
 
"Nunca liguei para a federação mexicana, "por favor, pensem em mim", não. Trabalho e me preparo para meu clube. Chegou São Paulo, tomei a decisão de São Paulo. Não vou pra nenhum outro clube, mas em nível de seleção não posso mentir e dizer que não me interessa. A qualquer técnico ir a uma Copa do Mundo, seduz. É o ponto mais alto da carreira de um treinador, (a Copa) e a Liga dos Campeões. É minha inquietude, minha pergunta de todos os dias: onde investir meus próximos 3 ou 4 anos. Tenho 53 anos e quero jogar uma Copa do Mundo antes dos 60 anos. Todos sabemos que o futebol brasileiro é de resultados, e eu sou normal e tenho que pensar em todas as possibilidades", disse.


O treinador adotou tom incomum na entrevista coletiva e mostrou certa irritação ao falar do futebol brasileiro."Você acredita nisso? Que com quatro maus resultados eu vou estar aqui? Você duvida, né? É claro... Tem muita gente cínica e hipócrita no futebol. A verdade é essa. Quatro maus resultados e eu não estarei aqui", falou.