Técnicos reforçam reclamação de atletas e detonam jogos às 11 horas
Os jogos do Campeonato Brasileiro com horário marcado para às 11 horas segue desagradando jogadores e técnicos. Após o duelo da manhã deste domingo entre Santos e Internacional, os comandantes dos clubes reclamaram do clima quente e da desigualdade na tabela de partidas.
“Tivemos um jogo muito pesado na quarta-feira contra o Figueirense em Florianópolis, é natural que cause um desequilíbrio, vocês percebem que o time dificilmente consegue se recuperar e isso tem acontecido na maioria das equipes”, declarou Dorival Júnior, que destacou a mudança na rotina dos atletas por causa do horário alternativo.
“Eu não sou favorável a esse horário para jogos, o atleta ainda está num processo totalmente diferente, a alimentação muda completamente. E isso não é choro não, é só uma constatação em cima de uma pergunta que foi feita”, completou o comandante do Santos.
Além de estar insatisfeito com o clima do horário, o técnico Argel Fucks também criticou a falta de critério para montar a tabela das partidas das 11 horas. Segundo o treinador do Internacional, existe uma desigualdade, porque algumas equipes tiveramessa experiência com maior frequência do que outras.
“Primeiro que esse horário é muito complicado. Precisaria ser mais organizado, tem time que jogou só uma vez e tem time que jogou seis, sete vezes. E para nós é difícil por causa do calor, saímos de Porto Alegre com 19 graus, chegamos aqui, está 30 graus. Mas tudo bem, vamos tentar buscar o resultado”, comentou Argel.
Vice-presidente de futebol do Inter, Carlos Pellegrini destacou o mérito do Santos pela vitória por 3 a 1, mas disse que o rendimento da equipe gaúcha poderia ser melhor caso o horário fosse outro.
“Quero deixar claro que o Santos foi superior e mereceu vencer, mas várias circunstâncias auxiliaram para a nossa derrota. Uma delas foi o forte calor. Mais uma vez o Internacional jogou às 11 horas. Não trabalhamos nessas condições”, afirmou o dirigente colorado.
Ernando, zagueiro improvisado na lateral, também acredita que o clima, de certa forma, influenciou o resultado. “Aquele pênalti que colocou o Santos em vantagem fez a diferença. Mas também não tivemos condições físicas no fim para tentar buscar o resultado. Estamos sentindo a maratona de jogos e também Os organizadores precisam rever o horário das partidas. Nosso estado físico está lamentável por causa disso”.
Desde que foram implantados jogos pela manhã, jogadores e treinadores vem reclamando muito. Em quase todas as partidas, o árbitro precisa realizar a parada técnica para hidratação por causa do calor intenso.
O meia Renato Augusto, do Corinthians, se reuniu com a Federação Paulista de Futebol na quinta-feira para reivindicar o fim dos jogos matutinos no Campeonato Paulista, tendo em vista o forte calor que tem feito em São Paulo e a má experiência durante o Campeonato Brasileiro.
Na última semana, a Confederação Brasileira de Futebol cogitou acabar com as partidas das 11 horas após a mudança de estação. Uma reunião entre fisiologistas e diretores da CBF será realizada para avaliar os riscos que a elevação da temperatura possa causar aos atletas.
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