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Abilio Diniz diz que caso Iago é "batom na cueca" do São Paulo

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

28/09/2015 23h53

A reunião do conselho deliberativo do São Paulo nesta segunda-feira teve presença do empresário Abilio Diniz e discutiu o caso Iago Maidana, entre outros temas polêmicos da atual gestão do clube. Convidado por Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do órgão, Diniz afirmou ao discursar para o conselho que a mal explicada contratação do zagueiro de 19 anos é o "batom na cueca" do São Paulo.

Iago Maidana pertencia ao Criciúma e deixou o clube de Santa Catarina ao ter 30% dos direitos econômicos comprados por R$ 800 mil pela Itaquerão Soccer, segundo a própria empresa, que atuou como investidora no caso - prática ilegal desde maio, segundo determinação da Fifa. O jovem zagueiro passou dois dias registrado no Monte Cristo, clube da terceira divisão de Goiás e parceiro da Itaquerão Soccer, e teve 60% dos direitos econômicos comprados pelo São Paulo por R$ 2,4 milhões - R$ 1 milhão à vista, R$ 1 milhão parcelado e R$ 400 mil caso o jogador venha a fazer dez jogos pelo clube.

Além da possibilidade de ser punido no STJD por ter descumprido a nova lei da Fifa em relação à participação de investidores em direitos econômicos, o que preocupa o São Paulo principalmente é a diferença entre o valor pelo qual Iago Maidana deixou o Criciúma e pelo qual foi comprado pelo São Paulo. O atleta poderia ter sido contratado por um terço do valor investido. Nesta segunda-feira, no conselho deliberativo, membros cobraram explicações e sugeriram que houve mau uso do dinheiro do clube no caso.

Além do caso Iago, outro ponto debatido na reunião do conselho deliberativo foi a criação de um comitê de acompanhamento da auditoria. A diretoria contratou a KPMG para auditar contratos do clube, e Abilio Diniz se propôs a pagar, mas agora cobra que todos os contratos e também balanços e balancetes sejam auditados. O comitê de acompanhamento foi aprovado por unanimidade.

O grupo de conselheiros que sugeriu uma moção de desconfiança contra a gestão de Carlos Miguel Aidar conseguiu, segundo informado pelos assinantes, coletar 62 assinaturas entre conselheiros - que são 240, no total. A iniciativa, como esperado, não conseguiu abrir votação por falta de quórum, mas aparece como alerta político à atual diretoria.

A reunião ainda tratou de outros temas, como o contrato de comissão no contrato da Under Armour, para a empresa Far East, que tira R$ 18 milhões do clube e ainda não foi aprovado. Segundo relatado por conselheiros, membros da diretoria sugeriram que a dívida com a empresa de Hong Kong, do norte-americano Jack Banafsheha, seja retirada da dívida do clube, uma vez que não será paga. Não houve, no entanto, decisão sobre o caso.