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PF faz buscas na sede da CBF; dirigente diz que entidade não é investigada

PF analisa ligação de ex-funcionário da CBF com campanha de político em Minas - Divulgação
PF analisa ligação de ex-funcionário da CBF com campanha de político em Minas Imagem: Divulgação

Bruno Thadeu, Ricardo Perrone e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro *

01/10/2015 11h27

* Nota atualizada às 13h37

A Polícia Federal esteve na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta quinta-feira de manhã para realizar buscas de documentos e contratos relacionados à Operação Acrônimo. Em contato com o UOL Esporte, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman informou que a investigação não tem qualquer relação com a CBF (confira nota oficial abaixo).

A polícia investiga irregularidades na campanha de Fernando Pimentel (PT/MG) para o Governo de Minas Gerais.

O elo entre CBF e a operação é o ex-relações públicas da CBF, Mario Rosa, que coordenou a campanha de Fernando Pimentel (e que trabalhou também com José Dirceu, e Antonio Palocci).

Mario Rosa foi Relações Públicas de Ricardo Teixeira na época da CPI do Senado, em 2001. Depois, ele atuou na intermediação de contratos da confederação com patrocinadores. Era muito próximo de Teixeira.

“Não tem relação com a CBF. Houve um cruzamento de informações que chegou à CBF”, diz Feldman. 

Del Nero está na sede da CBF em reunião com a Liga Sul-Minas.

Fernando Pimentel é investigado por receber vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculado ao ministério do desenvolvimento, que ele comandou de 2011 a 2014.

Os agentes fazem buscas em endereços de pessoas ligadas ao petista, entre elas o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o também ex-ministro do Desenvolvimento Mauro Borges. Ele é amigo de Pimentel e seu apadrinhado político.

A PF cumpre cerca de 40 mandados de busca e apreensão em cidades como Belo Horizonte e em Brasília. A ação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A Acrônimo, desencadeada inicialmente em maio, tem também como alvos a primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira, e o empresário Benedito Rodrigues, colaborador de campanhas de Pimentel e suspeito de desviar recursos de contratos do governo federal com suas empresas.

Confira nota oficial da CBF

A CBF informa que a Polícia Federal cumpriu em sua sede, nesta data, mandado de busca e apreensão em inquérito que nada se relaciona à confederação, suas atividades ou dirigentes.

A diligência transcorreu dentro da maior tranquilidade e com total colaboração desta entidade.